Resenha: Adivinha quanto eu te amo


Sinopse: Um coelhinho se esforça para mostrar o amor que ele sente pelo pai. O Coelho Pai entra na brincadeira, mas ambos percebem que não é fácil medir o amor. Esta é uma edição comemorativa dos vinte anos de lançamento do clássico Guess How Much I Love You, que em português recebeu o título Adivinha quanto eu te amo, sucesso entre crianças e adultos do mundo todo.


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     Há alguns livros que possuem o status de clássicos. Seja por sua importância na literatura, pela sua fama, por sua qualidade... Enfim, são diversos os motivos que podem estabelecer um livro como um clássico literário, mas, nós não estamos aqui para esmiuçar esses fatores.


     O livro que trago hoje, no meu ponto de vista, é um verdadeiro clássico da literatura infantil: Adivinha quanto eu te amo. É praticamente impossível alguém que não o conheça. Em muitas escolas, especialmente as de Educação Infantil, há este livro nos acervos. E, também, ele fez parte de uma campanha da Coleção Itaú de livros infantis.


     Em Adivinha quanto eu te amo encontramos o Coelhinho e o Coelho Pai, bem na hora de ir para cama. Antes de se deitar para dormir, o Coelhinho resolve se agarrar firmemente nas longas orelhas do Coelho Pai [para ter certeza de que este realmente estava ouvindo] e começa uma série de "declarações de amor", tentando dimensionar o quanto ama seu pai utilizando seus membros e partes do corpo para tentar "medir" o tamanho de seu amor pelo pai.


     O livro é de uma fofura e sensibilidade que aquecem o coração! A cada virar de páginas o Coelhinho vai dizendo o quanto ama o Coelho Pai [esticando os braços o máximo que podia, virando de ponta-cabeça...] e o pai, a cada declaração, vai expondo para o pequeno filho o quanto também o ama, utilizando as "medidas" prévias que o Coelhinho dá e aumentando-as um pouco mais.


     Este livro nos remete a uma memória afetiva muito especial, pois, me recordo muito da infância de minha sobrinha Ester. E, decidi escrever sobre ele, pois, nesta semana o compartilhei com meu aluno José Leone. Pusemos nossas orelhinhas de coelho, sentamos na varanda em meio às plantas e nos preparamos para ler. Brincamos que nós dois éramos os personagens dos livros, porque, assim como eles, nós dois também nos amamos e somos um pequeno e outro grande. Foi um momento muito fofo, que serviu para estreitar nossos laços afetivos que, a cada dia, vêm se fortalecendo.


     Sou meio bobo, mas, ainda me admiro como e quanto um livro, já tão "antigo" pode surpreender e causar tantos sentimentos bons. Gosto de coisas assim, sabe? Coisas simples, mas, cheias de significados.


     Adivinha quanto eu te amo é daqueles livros para curtir 10, 100, 1000 vezes! Essencial para a formação dos pequenos leitores que, com certeza, se encantarão com a relação pai-filho exposta pelo livro. Tratando o amor de forma poética e extremamente sensível [com ilustrações para lá de encantadoras!], Adivinha quanto eu te amo é um livro NECESSÁRIO no acervo de qualquer biblioteca e espaço de leitura.


Adivinha quanto eu te amo

Autor: Sam McBratney
Número de páginas: 32 páginas
Editora: WMF Martins Fontes
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Tia Rogéria: sobre memórias afetivas e emoção


Sabe aquele momento em que você para um pouco e pensa na sua vida e vê como Deus é maravilhoso e Te ama, mesmo sem você merecer...


Recordando o passado, relembrando tudo o que vivi, o que sofri, o quanto chorei, os sonhos, anseios, dores, me vejo numa casinha de friso, com piso de tábuas bem enceradas, com um total de 30 metros quadrados e 3 filhos, lá em 1982, quando ainda nesse período do ano, montava a árvore de Natal com as crianças, enfeitando com muita luz e brilho e adorava ver seus olhinhos brilhando (apesar da simplicidade dos presentinhos...). Sinto-me privilegiada em estar hoje (2017), graças a Deus, junto com meu filho Helder, ampliando nosso “cantinho”, com piso em todo o terreno, área coberta para atender nossas crianças e todos os que quiserem prestigiar nosso trabalho no Espaço de Leitura – Confabulando...


Falar de coisas assim me faz chorar emocionada com a bondade de Deus e o quanto Ele é misericordioso! Faz-me lembrar de minha querida irmã Rô que, tenho certeza, estaria nos apoiando a cada momento, a cada conquista incentivando esse projeto que tem tudo para dar certo! Está dando muito certo!!!


E creio que logo, com a ajuda de Deus e de nossos queridos amigos, estaremos “reinaugurando” esse espaço tão maravilhoso na vida das nossas crianças do morrão!!!


 Tia Rogéria

Resenha: A raposa amiga - A história de uma raposa diferente



Sinopse: Arnoldo Raposo amava galinhas. Ao contrário de sua família, jamais pensaria em caçá-las. Ele passava horas admirando as barulhentas aves no quintal, ciscando aqui e acolá. Certo dia, enquanto passeava pela fazenda, ele viu uma placa na porta da Sra. Galinácea: ela precisava de uma babá urgentemente! Arnoldo não perdeu tempo e se candidatou. E logo ele tinha seis lindos e fofos pintinhos para cuidar e não poderia estar mais feliz! Até que uma noite seus parentes resolveram caçar na fazenda...E agora? O que é que vai acontecer? Arnoldo conseguirá proteger suas amigas? E os pintinhos ficarão a salvo? Venha conhecer a babá raposa e descubra o final dessa divertida história! Em um livro divertido, colorido e emocionante, as crianças vão aprender que a verdadeira amizade pode vir de onde menos se espera e que as diferenças só são um problema se as enxergarmos assim.

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          Eu adoro quando livros aparentam ser bem simples, mas, na verdade proporcionam grandes momentos de leitura!


          Lembro-me vividamente de quando comprei A raposa amiga. Foi lá em dois mil e treze, eu voltava de um estágio da faculdade e encontrei o livro numa lojinha no município onde estudava. Encantei-me de imediato pelo título e pela capa.


          Em A raposa amiga conhecemos Arnoldo Raposo que AMAVA galinhas. Mas, diferentemente de sua família, ele não gostava delas para comer e sim como amigas!


          Arnoldo Raposo passava horas e horas a fio observando as aves ciscarem aqui e acolá e ficava fascinado com elas colocando ovos por toda a parte da fazenda. Mas, a família de Arnoldo tinha pensamentos completamente opostos aos seus. A mamãe Raposo, o papai Raposo, Lucy e Dênis [seus irmãos] amavam comer galinhas, as consideravam extremamente deliciosas e consideravam uma verdadeira tradição familiar a caça de galinhas para consumo próprio.


          Após passar semanas num verdadeiro “curso intensivo para roubar galinhas da fazenda”, onde a mamãe Raposo mostrou como rastejar pela floresta, entrar no galinheiro sem fazer barulho, espremer-se para passar por um buraco, agarrar uma ou duas galinhas sonolentas e fugir correndo como se não houvesse amanhã antes que o fazendeiro pudesse pegá-los, Arnoldo Raposo decidiu, tristemente, que era hora de sair de casa.


          A cada virar de páginas vamos acompanhando a jornada de Arnoldo que, imediatamente após sair de casa, conseguiu um emprego de babá de pintinhos [emprego este conseguido depois de convencer a Sra. Galinácea de que tinha condições de cuidar de seus pequenos filhotes].


          A raposa amiga é um livro encantador. Daqueles para ler em voz alta com os pequenos e se deliciar com as ilustrações fofíssimas! Nesta semana o li com meu aluno José Leone e, para além da leitura, conversamos sobre animais e suas características, realizamos contagem com os bichinhos da fazenda e, ainda, treinamos a leitura de palavras simples!



O desfecho do livro é uma gracinha. Um verdadeiro final feliz. A raposa amiga é a história de uma raposa diferente que, contornando as tradições familiares e o que se esperava dela, assume uma postura diferente e encontra novos amigos. Bem como uma nova família!


A raposa amiga - A história de uma raposa diferente


Autor: Georgie Adams
Número de páginas: 28 páginas
Editora: Fundamento
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Dicas de livros - Dia da Consciência Negra



          Segunda-feira, dia 20 de novembro, é "comemorado" o Dia da Consciência Negra.


          Todos os anos, com a proximidade da data, vemos vários professores compartilhando projetos e trabalhos desenvolvidos com o livro Menina bonita do laço de fita. Não tenho absolutamente NADA contra este livro [pelo contrário, tenho um carinho muito grande por ele, pois, me faz lembrar de minha sobrinha Ester], porém, de uns anos pra cá, notei a “superficialidade” com que os professores “comemoram” essa data em suas salas de aula.


          É usual vermos, nesta época, fotos de professores com turbantes e lindas bonequinhas pretinhas confeccionadas pelos alunos como resultado do projeto do Dia da Consciência Negra. Mas… será que é tão difícil buscarmos algo para além do habitual?


          Quem me conhece sabe que não sou muito fã de datas comemorativas, devido a maneira com que elas são abordadas em nosso sistema educacional. Mas, o Dia da Consciência Negra, a meu ver, é extremamente importante, porém, parto da premissa de que, PARA MIM, TODO DIA É DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA. Tendo em vista o histórico de opressão com que nossa República foi criada, devia-se valorizar muito mais aqueles que, literalmente, deram seu sangue para a construção de nosso país.


          Enfim… hoje uma querida amiga me pediu indicações de livros para serem lidos e contados e mediados e apresentados às crianças e eu imediatamente corri até o pequeno acervo de meu Espaço de Leitura para ofertar algumas opções diferenciadas para ela compartilhar com as crianças.


          Os livros apresentados abaixo foram selecionados levando em consideração alguns critérios [critérios que uso durante a seleção e compra dos livros para compor o acervo do Espaço de Leitura]: qualidade literária + projeto gráfico + olhar sensível + capacidade de gerar debates e discussões.


          Espero que vocês curtam as indicações e sintam o desejo de adquirir os livros abaixo. São todos fantásticos e extremamente sensíveis e tenho a certeza de que irão gerar boas conversas pós-leitura!


Letras de carvão 


Autora: Irene Vasco
Número de páginas: 36 páginas
Editora Pulo do Gato
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 Este livro é tão lindo! Ele arrebata o leitor já com sua primeira frase:

“Gosto tanto de ver você escrevendo seus contos, meu filho.”


          Lembro-me que quando ele chegou aqui em casa mamãe chorou ao ler. Letras de carvão trata-se de uma história sensível. Uma história de amor.


          Amor pelo conhecimento. Amor pelas palavras. Amor por compartilhar histórias.

Sinopse: Na pequena cidade de Palenque quase ninguém sabia ler. Com o propósito de ajudar a irmã a decifrar as cartas que recebia, e contando com a ajuda do dono da mercearia, a menina começa a descobrir o que as letras e as palavras significam, e não demora muito para que um mundo novo de possibilidades se abra para ela e para todos os habitantes de seu povoado. Essa é a história que a mãe conta ao filho ao se lembrar da própria infância e de como aprendeu a ler e a escrever.
Release da Editora Pulo do Gato: Ao contar uma história dentro de outra história, esta tocante narrativa conta também como os habitantes dos pequenos povoados e das comunidades quilombolas puderam se transformar em leitores sem que para isso tivessem de perder o vínculo com suas tradições mais genuínas.



          Letras de carvão foi baseado nos relatos de mães comunitárias durante oficinas de leitura ministradas pela autor Irene Vasco.



Esperando a chuva



Autora: Véronique Vernette
Número de páginas: 36 páginas
Editora Pulo do Gato
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          Em Esperando a chuva conhecemos uma menina que vive em um povoado onde não chove há muitos meses. Sua casa, seu quintal e todas as ruas do povoado estão completamente secos e empoeirados. E, naquele dia, a menina resolve esperar a chuva. Essa é a premissa do livro.


          Enquanto o dia vai passando acompanhamos os acontecimentos que cerceiam o ambiente social o qual a menina está inserida. Da porta de sua casa ela vai acompanhando tudo que se passa à sua volta: o caminhão com a lenha, o costureiro ambulante fazendo barulho com sua enorme tesoura, o garoto do barril com a água para as pessoas… O tempo vai passando, o céu vai escurecendo e o vento, cada vez mais forte, faz papel de trombeta e anuncia: a chuva está chegando!


          Esperando a chuva é uma narrativa simples e envolvente. Com ilustrações riquíssimas que enchem os olhos, nos aproxima um pouco mais da cultura e realidade de muitos povos africanos.

Sinopse: O livro explora uma temática universal – a necessidade de o homem adaptar-se às adversidades da natureza. Novas perspectivas e proporções são exploradas nas ilustrações e na disposição do texto, estimulando diferentes formas de olhar e relacionar imagem e texto no espaço da página. O texto curto, em primeira pessoa, provoca a identificação com os pequenos leitores que estão começando a ler os fenômenos da natureza por meio da observação e da convivência com sua comunidade.

         *Selo Altamente Recomendável FNLIJ 2015
* Seleção Destaques 2014, Revista Emília



Os sete novelos – Um conto de Kwanzaa


Autora: Angela Shelf Medearis
Número de páginas: 40 páginas
Editora Cosac Naify
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          Em Os sete novelos – Um conto de Kwanzaa conhecemos um senhor pai que, após a morte de sua esposa, tornou-se pai e mãe de seus filhos. Eram sete irmãos muito bonitos, com pele tão lisa e escura quanto o ébano mais legítimo. Porém, o velho papai vivia decepcionado e entristecido com seus filhos: os garotos, diariamente, do nascer do sol até o fim da noite, viviam discutindo e digladiando-se entre si.


Com a morte do pai, os sete irmãos foram convocados pelo chefe da aldeia que havia ficado incumbido de repassar para os sete filhos a herança deixada pelo pai. Cada um dos irmãos recebeu um novelo de uma cor diferente e, juntos, eles deveriam aprender a fazer ouro com os novelos de fios de seda ante de poderem usufruir de todas as posses e propriedades deixadas pelo pai [que seriam divididas igualmente após os irmãos conseguirem realizar o desejo do pai].


O livro é muito gostoso de ler e o leitor consegue se relacionar e identificar com a história IMEDIATAMENTE, pois, ela trata de valores universais que fazem parte da vida de todos os seres humanos.


Kwanzaa significa 'primeiros frutos' na língua suaíli. Os sete princípios básicos para essa celebração são: unidade, autodeterminação, trabalho coletivo e responsabilidade, cooperação econômica, motivo, criatividade e fé. O livro nos apresenta esses valores de maneira primorosa, tornando a história dos sete irmãos uma verdadeira fábula. Uma história


Sinopse: Neste livro, que já vendeu mais de 13 mil exemplares no Brasil, a autora resgata a tradição do feriado de Kwanzaa, comemorado por afro-descentes das Américas, e cria um conto sobre como os membros de uma família podem unir-se em benefício de toda a comunidade. Sete irmãos da tribo Axânti, que não conseguiam se entender nunca, recebem um testamento curioso do pai: até o pôr do sol daquele dia, os irmãos teriam de aprender a fazer ouro com sete novelos de fios coloridos. Diante da impossibilidade individual de fazer uma peça com apenas um novelo, os irmãos finalmente se unem e fazem um tecido multicolorido, o mais bonito já visto em sua terra.



Obax


Autor: André Neves
Número de páginas: 36 páginas
Editora Brinque-Book
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Obax já é um clássico! Creio que toda escola [ao menos das redes públicas] o têm em seus acervos.


Obax é uma pequena menina que adorava contar histórias, mas, ninguém acreditava nelas! Ela vivenciou e experienciou diversas aventuras fantásticas só que ninguém se importava.


Ela tinha poucos amigos e vivia muito solitária. Inventar aquelas histórias fantasiosas devia ser sua melhor brincadeira. Um dia Obax, muito triste, correu pelas savanas e jurou nunca mais contar suas aventuras… Até que, inesperadamente, ela tropeça numa pequena pedra em forma de elefante e, a partir daí, a magia se desenrola nas páginas.


André Neves é um exímio contador de histórias. Seus textos e ilustrações são simplesmente FASCINANTES. Ele é um de meus ídolos e um dos maiores nomes da literatura infantil brasileira.


Obax é um daqueles livros ESSENCIAIS para qualquer acervo literário que se preze.


      *No link ao lado você encontra um Projeto Literário disponibilizado no site da editora para se trabalhar com o livro Obax: clique aqui para acessar


Sinopse: Quando o sol acorda no céu das savanas, uma luz fina se espalha sobre a vegetação escura e rasteira. O dia aquece, enquanto os homens lavram a terra e as mulheres cuidam dos afazeres domésticos e das crianças. Ao anoitecer, tudo volta a se encher de vazio, e o silêncio negro se transforma num ótimo companheiro para compartilhar boas histórias.



Olhe para mim


Autor: Ed Franck
Número de páginas: 44 páginas
Editora Pulo do Gato
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          O livro Olhe para mim é ARTE pura. Literalmente! Nele acompanhamos a trajetória do menino Kitoko que foi adotado. Sua mãe trabalha no museu, restaurando a pintura dos quadros que o tempo desgastou. Ela está grávida e Kitoko não consegue deixar de pensar se algo mudará depois que sua irmãzinha nascer: será que mamãe vai me amar tanto como me ama agora?


          As ilustrações do livro são DIVINAS e foram inspiradas no trabalho de diversos artistas consagrados, como Monet, Picasso, Miré, Renoir, Dalí, Matisse, entre outros.


          Olhe para mim nos transporta à uma viagem atemporal, fazendo-nos passear pelo mundo da arte, tendo como fio condutor o olhar de uma criança que está se [re]descobrindo, à procura de sua identidade.


          Sensível e belo. Olhe para mim é um livro que possui “a cara” da editora que o publicou. Como todo acervo da Editora Pulo do Gato o primor estético do trabalho de design gráfico e a qualidade literária desta obra são surpreendentes!


Sinopse: Kitoko foi adotado. Sua nova mãe está grávida e ele se pergunta se continuará a ser amado depois que sua irmãzinha nascer. Enquanto espera pela mãe, Kitoko adormece e sonha com a África, continente onde nasceu. Em sonhos, reencontra a irmã biológica, e relembra tudo o que aconteceu com sua primeira família... Agora o futuro o espera, terá uma nova irmã a quem irá amar e construir uma nova história.


*Escolhido pelo júri de crianças e jovens KJV – Bélgica 2014
* 30 melhores livros infantis do ano, Revista Crescer – 2015



Flávia e o bolo de chocolate


Autora: Míriam Leitão
Capa dura
Número de páginas: 36 páginas
Editora Rocco Pequenos Leitores
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          Flávia e o bolo de chocolate, com o perdão do trocadilho, é uma delícia literária! O livro é tão sutil ao abordar temas como adoção e questões raciais que, a meu ver, se torna muito útil no trabalho com os pequenos.


          No livro conhecemos Rita, uma mulher muito boa, que andava meio triste. E ficava cada dia mais triste. Ela queria ter um filho, mas não conseguia. Então, um dia, depois de muito pensar, ela encontrou a solução adotaria uma criança!


          Rita procurou e procurou até que encontrou Flávia. Depois de levar o bebê para casa, Rita orgulhosamente mostrava-a cheia de orgulho para suas amigas. Ela, enfim, tinha realizado seu tão querido sonho!


          Como sempre, uma vizinha amarga vira para Rita e diz: “ela não é sua filha! Vocês são muito diferentes!”.


          O livro se desenvolve desta maneira. Bem leve e descontraído ele vai, página a página, nos mostrando o desenvolvimento e crescimento de Flávia.


          Um dia Flávia acorda meio chateada, pois, depois d eolhar tudo a seu redor e fazer comparações, percebeu que no mundo haviam coisas que eram superparecidas umas as outras e outras bem diferentes. E ela achava que não era muito parecida com a mãe.


          Aquele pensamento foi crescendo, crescendo em sua cabeça. Até que ela começou a chorar. A partir daí, vemos um diálogo completamente sensível entre Rita e Flávia e, a cada virar de páginas, nos encantamos mais e mais por essa relação.


          Ao final do livro a menina entende que não há problema em ser diferente. Pelo contrário: se tem uma coisa que nos torna iguais são nossas diferenças!


Sinopse: Em meio aos questionamentos da pequena Flávia sobre a sua pele marrom – tão diferente da pele branquinha da mãe –, a premiada jornalista Míriam Leitão aborda temas delicados como adoção e questões raciais de forma sensível e lúdica para os pequenos. 



Menina bonita do laço de fita

Faltou uma fotinha personalizada para este livro, pois, ele se encontra ensacado a fim de ficar protegido dos resíduos da reforma que estamos realizando aqui em nosso Espaço de Leitura.

Autora: Ana Maria Machado
Número de páginas: 24 páginas
Editora Ática
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          Com certeza este é um dos livros mais lidos em todas as escolas no mês de novembro!


          Menina bonita do laço de fita é um verdadeiro clássico. É IMPOSSÍVEL, repito, IMPOSSÍVEL, alguma criança não ter tido contato com esta obra em alguma etapa de sua vida escolar


          No livro conhecemos um coelho branquinho que fica DESLUMBRADO com uma menina pretinha. Ele fica tão admirado e fascinado que deseja a todo custo ter uma filha pretinha como ela. mas, antes de conseguir realizar seu desejo, ele precisa descobrir qual o segredo para se ter uma cor como a daquela linda menina. E é a partir daí que a história se desenrola. O coelho realiza várias peripécias a fim de tentar alcançar sua tão almejada cor até que, no final das contas, ele consegue encontrar uma maneira de realizar seu sonho ele encontra uma coelhinha bem pretinha e tem filhotes de todas as cores possíveis!


          Como explicitado na resenha da A Taba disponível logo abaixo: Menina bonita do laço de fita é um livro ESSENCIAL. Daqueles para ler, reler e contar em voz alta.


Sinopse: Uma linda menina de fita no cabelo desperta a admiração de um coelho branco, que deseja ter uma filha tão pretinha como ela. Mas antes precisa descobrir o segredo de como ter aquela cor.


Resenha Especializada - A Taba [retirada do site da Amazon]: Palmas para Ana Maria Machado! Com extrema graça e delicadeza, a autora nos apresenta uma menininha negra “linda linda”, com olhos de azeitona e cabelos de noite. Essa fada do luar encanta os leitores e também o coelho branco que não se cansa de perguntar qual o segredo para ela ser tão pretinha. Entre as respostas engraçadas da menina, o coelho finalmente entende que a cor vem da genética: a mãe, a avó e, assim, vai seguindo a genealogia até perder de vista os parentes... Então, o coelho trata logo de arrumar uma coelha pretinha para poder procriar e ter muitos filhotes de muitas e diferentes cores: branco bem branco, branco meio cinza, branco malhado de preto, preto malhado de branco e até uma bem pretinha, que será afilhada da menina. Um encanto de livro que aproveita a tradição oral, numa fala coloquial e familiar que pode ser facilmente absorvida pelas crianças que, mesmo não alfabetizadas, se divertirão ouvindo essa homenagem à beleza negra. Livro essencial à formação!

Experiência de leitura: Deu zebra no A B C


Sinopse: Esse divertido “abichodário” traz uma sequência de animais que interage das maneiras mais inusitadas. A lista passa pelas 26 letras do alfabeto e animais de diferentes espécies e tamanho: do camelo que come a couve do dromedário, ao ornitorrinco que fica de olho nos ovos da pata, até chegar ao urso que urra assustando a vaca... Após a última letra, os animais que ficaram de fora do livro protestam com o autor, o que provoca um desfecho inesperado e o convite a uma nova leitura.

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          Recebi o livro Deu zebra no A B C há um tempinho, mas, queria realizar uma resenha diferenciada para ele.


          O recebimento do livro já foi um pouco diferente: o recebi um dia antes de iniciar os trabalhos pedagógicos com meu aluno José Leone que está em período inicial de alfabetização. O livro não poderia ter chegado em momento mais oportuno!


          Trabalhei-o com José, realizando escrita de listas e debatendo sobre os animais que eram conhecidos por ele ou não.


          O livro Deu zebra no A B C apesar de possuir uma proposta “simples” [para cada letra do alfabeto há um animal que vai se ligando ao próximo de alguma maneira divertida] é muito rico em possibilidades de intervenção e trabalho pedagógico. Especialmente se considerarmos as crianças que estão em fase de apropriação do universo da escrita.


          Uma prática bem comum e constante nos trabalhos para com os alunos em fase de alfabetização é a escrita de listas e, com este livro, pode-se desenvolver grandes feitos, pois, além dos animais que representam cada uma das letras do alfabeto, ao final do livro o autor ainda nomeia mais alguns animais, ampliando, assim, o repertório das crianças.


          Além de ter trabalhado Deu zebra no A B C com meu aluno José Leone, muitas crianças aqui do Espaço de Leitura tiveram contato com o livro, pois, assim que ele chegou deixei-o em destaque na estante. As crianças manusearam o livro e, cada uma delas, ia debatendo, nomeando e identificando quais animais conheciam ou não. Foi maravilhoso!



          Deixo abaixo o relato de Tia Rogéria que, assim como eu, também trabalho com o livro, utilizando-o para agregar valor e enriquecer seu planejamento durante o desenvolvimento de um projeto com sua turma do Grupo IV:


          "No decorrer do segundo semestre, o Grupo IV da CMEB José Mambrini, localizada no Bairro Mambrini, em Jacupemba, município de Aracruz, ES, decidiu desenvolver o Projeto “Conhecendo os animais”.


Inicialmente, nas rodas de conversa, socializávamos com as crianças os animais domésticos que cada um conhecia e que conviviam. Como nossa escola é rural, vários animais fizeram parte de nossa lista e as crianças já foram citando animais selvagens, aéreos e aquáticos. Com o prosseguimento do projeto, envolvendo pesquisa com familiares, gravuras de animais de todos os tipos e, como tivemos boa parceria da família com os recortes de figuras de animais, decidimos fazer um alfabeto com os animais. Foi grande a expectativa das crianças ao selecionar as letras do alfabeto com as figuras que tinham em mãos e quais faltavam...


          Selecionamos alguns livros que retratavam a vida dos animais e, entre eles estava o Deu zebra no ABC escrito por Fernando Vilela, publicado pela Editora Pulo do Gato e emprestado do Espaço de Leitura Confabulando, fundado pelo escritor Helder Guastti. As crianças ficaram maravilhadas, envolvidas, aguardando cada animal que ia surgir entre as páginas e cada graça que cada um fazia com o próximo animal citado pelo autor... Falaram que não existia animal com a letra Q e, ao ver o quati na imagem do livro e algumas imagens mostradas no LIED da escola, puderam visualizar melhor esse animalzinho. Eu falei para elas que nunca tinha ouvido falar do wombat, nem do yorkshire e só pude descobrir por meio desse livro. Quando terminamos a leitura, fizemos uma lista dos animais que o autor mostrou e uma lista dos que ele não citou no livro. Foi uma experiência muito gratificante! Nosso alfabeto dos animais ficou lindo! Basicamente, todo inspirado no livro “Deu zebra no ABC"!"



*Livro recebido em parceria com a Editora Pulo do Gato


Deu zebra no A B C

Autor: Fernando Vilela
Número de páginas: 40 páginas
Editora: Pulo do Gato 
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Resenha: A rainha das rãs não pode molhar os pés

Lola sentindo-se a própria rainha.

Sinopse: Era uma vez um lago onde viviam rãs que faziam coisas de rãs: saltavam e apanhavam moscas, cochilavam, brincavam com as libélulas. Até que a tranquila rotina é subitamente quebrada por um objeto caído do céu. O imprevisto altera completamente o cotidiano do lago assim que uma das rãs torna-se rainha. E o que faz a rainha das rãs além de não molhar os pés e dar ordens às súditas?

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          Hoje falaremos de um livro que, mais uma vez, considero bem necessário nas salas de leitura: A rainha das rãs não pode molhar os pés.


          De maneira lúdica Davide Cali nos apresenta um enredo que em MUITO se assemelha à realidade da sociedade em que vivemos! A rainha das rãs não pode molhar os pés é uma verdadeira fábula e, com certeza, pode ser muito bem aproveitado em sala de aula [quando o li com meu aluno Victor debatemos por loooongos minutos sobre relações de poder e a “conveniência” por parte das pessoas que querem se “dar bem” às custas das outros].


          No livro conhecemos a população de um lago, inteiramente formada por rãs. Essas rãs levavam sua vida pacata fazendo coisas corriqueiras: saltar, apanhar moscas, cochilar depois do almoço… Enfim, uma vida bem tranquila e monótona, bem condizente com a rotina de uma rã. Porém, durante o verão, um acontecimento mudou completamente a rotina das rãs que viviam no lago. Algo caiu do céu e, a partir daí, a história se desenrola.


          O que caiu do céu foi uma pequena coroa e, imediatamente, a rã que subiu à superfície do lago com ela na cabeça, foi nomeada rainha. A rainha cercou-se de fiéis conselheiros que a diziam o que fazer e como agir, dando ordens às outras rãs, estabelecendo limites e classes sociais, onde uns passaram a ter privilégios [a rainha e seus conselheiros] e outros passaram a servir.


          O livro é BÁRBARO porque brinca com um tema político de maneira tão sutil e tão fantástica que você se diverte e, ao mesmo tempo, reflete sobre como em nosso universo essas coisas são tão parecidas com o que vemos na história.


          A rainha rã passa a não conversar mais com as outras rãs e sequer molha mais seus pés!


          Porém, cria-se um concurso de saltos, com o intuito de divertir a rainha. Todas as rãs saltam, mergulham, dão piruetas e, ao final, espera-se que a rainha das rãs dê o maior e mais incrível dos saltos. Quando ela o faz… retorna à superfície sem a sua coroa! E as outras rãs IMEDIATAMENTE passam a trata-la como igual, quer dizer, começam até a destrata-la, pois, ela tenta ordenar que elas procurem sua coroa. Mas é tentativa é em vão.


          A rainha das rãs não pode molhar os pés é um livro a ser apreciado. Ele diverte e encanta [as ilustrações são BELÍSSIMAS], mas, a meu ver, sua principal qualidade é que consegue retratar relações de poder e política de maneira lúdica, transformando-se numa verdadeira fábula moderna.


          Vale a pena ser comprado, emprestado, lido, trabalhado e discutido. Com certeza renderá bons e longos debates com os pequenos [e grandes também!].



          Mais uma PRECIOSIDADE da Editora Pulo do Gato.


A rainha das rãs não pode molhar os pés

Autor: Davide Cali
Número de páginas:
Editora: Pulo do Gato 
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