Luz e Escuridão




Sentado aqui no escuro, rodeado pelas trevas deste blackout [o segundo a acontecer num prazo de três dias] me pego pensando e refletindo sobre todos os acontecimentos dos últimos tempos.

Para muitos esta escuridão deve estar sendo muito simbólica. Como para mim. Em minha opinião isso é um sinal. Esta é a REAL materialização dos tempos sombrios em que estamos vivendo. Uma interpretação literal, eu sei. Mas, também sei que haverá pessoas dizendo que os raios e trovões foram um prenúncio à chegada do "Messias" ao poder. Pois é, cada um com seus devaneios.

Não é sobre isso que quero falar. Na verdade, não sei se sei sobre o que quero falar.
Só sei que quero.
Não quero me silenciar.

No começo fui excluindo e limitando meu círculo de pessoas e contatos. Por vontade própria. Mas, infelizmente, não consegui dar conta de excluir tanta gente, daí, resolvi "passar a bola" da responsabilidade para elas. Devo admitir que algumas pessoas me surpreenderam, tomaram como ofensa pessoal meu posicionamento político.

Na verdade, uma das frases que mais ouvi nas últimas semanas foi: "Eu não esperava isso de você!". Olha, devo estar fazendo algo de muito errado para alguém NÃO esperar que eu vá contra o fascismo e o preconceito. Seja ele de qual tipo for.

Viu como sou? Faço de TUDO uma autorreflexão.
Tudo é aprendizado.
Sei que, a partir de agora, devo ser muito mais incisivo e direto do que sou, para que ninguém em sã consciência consiga sequer duvidar do que meu interior é composto. Luta e resistência.

Houve aquelas pessoas que descreditaram ANOS de amizade, de cumplicidade e parceria que, agora, vejo que deve ter sido apenas superficialidade. Alguém que escolhe eleger um candidato que quer A MORTE minha e de meus pares é alguém que não tem consideração ALGUMA por minha vida.

Sabe o que é pior de tudo? A culpa de tudo não está no Jair. A candidatura dele serviu para mostrar realmente quem é quem e como as pessoas são realmente preconceituosas e pequenas. Por mais sofrido que tem sido, sairei desse momento muito mais esclarecido. Sabendo quem se importa de fato e quem só fala da boca pra fora.

Apesar de difícil, saio dessa situação toda muito melhor do que entrei. É importante saber quem realmente estará nas trincheiras ao meu lado daqui pra frente. E eu, definitivamente, não quero "reatar" amizade com ninguém.

Em relação a quem se omitiu, a meu ver, são PIORES, porque não tem a coragem de se posicionar e assumir seus pensamentos. Eu sabia que muita gente apenas me tolerava. Sabia mesmo.
Como sempre falo com meus amigos, sei que muita gente me admira e blá blá blá apenas porque não tenho um homem na minha vida e tal. Sei disso. Mas, não sabia que TANTAS pessoas apenas me toleravam. Que na verdade me odeiam e apenas "me engolem".
Agora, este é um problema.
Peguei a batalha para mim.
ELES VÃO TER QUE ME ENGOLIR.
Querendo ou não. Gostando ou não

Resenha: Flávia e o bolo de chocolate


Sinopse: Em meio aos questionamentos da pequena Flávia sobre a sua pele marrom – tão diferente da pele branquinha da mãe –, a premiada jornalista Míriam Leitão aborda temas delicados como adoção e questões raciais de forma sensível e lúdica para os pequenos. 

Flávia e o bolo de chocolate, com o perdão do trocadilho, é uma delícia literária! O livro é tão sutil ao abordar temas como adoção e questões raciais que, a meu ver, se torna muito útil no trabalho com os pequenos.


          No livro conhecemos Rita, uma mulher muito boa, que andava meio triste. E ficava cada dia mais triste. Ela queria ter um filho, mas não conseguia. Então, um dia, depois de muito pensar, ela encontrou a solução adotaria uma criança!


          Rita procurou e procurou até que encontrou Flávia. Depois de levar o bebê para casa, Rita orgulhosamente mostrava-a cheia de orgulho para suas amigas. Ela, enfim, tinha realizado seu tão querido sonho!


          Como sempre, uma vizinha amarga vira para Rita e diz: “ela não é sua filha! Vocês são muito diferentes!”.


          O livro se desenvolve desta maneira. Bem leve e descontraído ele vai, página a página, nos mostrando o desenvolvimento e crescimento de Flávia.


          Um dia Flávia acorda meio chateada, pois, depois de olhar tudo a seu redor e fazer comparações, percebeu que no mundo haviam coisas que eram superparecidas umas as outras e outras bem diferentes. E ela achava que não era muito parecida com a mãe.


          Aquele pensamento foi crescendo, crescendo em sua cabeça. Até que ela começou a chorar. A partir daí, vemos um diálogo completamente sensível entre Rita e Flávia e, a cada virar de páginas, nos encantamos mais e mais por essa relação.


          Ao final do livro a menina entende que não há problema em ser diferente. Pelo contrário: se tem uma coisa que nos torna iguais são nossas diferenças!


          Este foi o livro selecionado para a “primeira rodada” do Projeto “Leitura em Família” [onde as crianças levam uma bolsa com um livro + caderno onde as famílias anotam as reflexões sobre a história lida e o momento compartilhado] em uma de minhas escolas e o “resultado” não poderia ter sido mais positivo! As famílias se deliciaram e encantaram com a história de Flávia e muitos relatos nos deixaram [a professora e eu] completamente emocionados. Deixo abaixo o print de um dos relatos que tocou lá no fundinho do coração:


Flávia e o bolo de chocolate

Autora: Míriam Leitão
Capa dura
Número de páginas: 36 páginas
Editora: Rocco
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