Resenha: Azul Haiti

 

“Nosso sustento é ambulante, sem descanso.”

Em “Azul Haiti” Paty Wolff nos convida a mergulhar num livro-ventania, onda atrás de onda, onde somos atravessados poeticamente por um maremoto poético que nos faz refletir e, ao mesmo tempo em que nos aperta o peito ao fazer-nos visualizar uma realidade vivida por inúmeras pessoas em nosso país, nos aquece o coração com sua poesia tão bela e tocante, feito um abraço demorado.

“A história da imigração tem cor. Os sonhos, a coragem e o trabalho também. É a cor das águas que limitam as fronteiras, a da bandeira do país de origem e a do carrinho de mão que traz o sustento. É o azul do Haiti que conta as memórias de uma mãe pelos olhos de uma criança.

Por meio de uma escrita poética que recupera com delicadeza as lembranças de uma crise, é contada uma narrativa da imigração haitiana. As ilustrações e os recortes feitos sobre papelão acrescentam profundidade ao retrato da fuga, complementando o texto e proporcionando novas possibilidades de leitura. Uma obra essencial para entender a importância da resistência e da preservação da memória.

Uma história sobre a imigração haitiana contada a partir das memórias de uma mãe sob o olhar esperançoso de uma criança.”.

Tive o privilégio de ouvir a Paty falando na Casa A Taba durante a FLIP e não pude deixar de me encantar e transbordar ternura ao sentir em suas palavras e no brilho de seu olhar, o afeto que a inunda ao falar das multiplicidades de vozes e poesias das infâncias!

Mergulhar em sua obra, para mim, foi permitir-me inundar neste azul poético que afaga e transborda beleza, ancestralidade, história, respeito e amor, MUITO AMOR!

💙

*Livro recebido em parceria com a Companhia na Educação.

- Livro: Azul Haiti.
- Autora: Paty Wolff.
- Editora: Companhia das Letrinhas.

Resenha: O jardim da minha Baba

 


Uma celebração terna e comovente do amor entre gerações, com destaque para a relação entre um neto e sua amada avó.


A relação com os avós retratada nos livros ilustrados é sempre algo que me comove bastante... por aqui, só tive contato e vivência real com minha avó materna [meu avô faleceu quando eu era pequeno e tenho apenas fragmentos do tempo costurados na memória].


Minha avó Isaura e eu passamos por inúmeros momentos em nossa relação. Muitas risadas, muitos cafés compartilhados e uma certa ironia/deboche que, devo confessar, devo ter herdado dela.


Há algum tempo ela fez a travessia do espaço terreno, porém, cada vez mais segue presente e viva em nossos corações numa espécie de nostalgia-ultra-afetiva.


Inspirado nas memórias da infância do poeta Jordan Scott e ilustrado pelo premiado artista Sydney Smith, ”O jardim da minha Baba” é uma história profundamente pessoal que evoca sentimentos universais.


Conheci o BELÍSSIMO trabalho da dupla pelo lindo livro “Eu falo como um rio”, que sempre arranca suspiros. E um outro livro que fez parte de um momento significativo de minha vida foi o “Você se lembra?”, de autoria apenas de Sydney Smith.


“O jardim da minha Baba” explora as imagens, os sons e os cheiros experimentados por um menino que passa as manhãs com sua avó. Ele a visita todos os dias e a encontra em sua pequena casa abarrotada de ingredientes do seu jardim. 


A narrativa conduz os leitores a compreenderem como a comunicação vai além das palavras faladas. A prosa poética de Scott capta momentos de profundo significado, enquanto as ilustrações de Smith conferem uma riqueza adicional à narrativa. Uma história rica em empatia, amor e compreensão - que explora temas profundos como imigração, pobreza, perda e fim da vida.


QUAIS SEMENTES TENS PLANTADO EM SEU JARDIM DA VIDA?


- Livro: O jardim da minha Baba.

- Escritor: Jordan Scott.

- Ilustrador: Sydney Smith.

- Tradução: Paula Marconi de Lima.

- Editora: Pequena Zahar.