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Resenha: Doutora Era uma vez

 


“Eu acho que essa guarda tá mostrando o que ela desenhou e o que ela vai viver imaginando durante o livro!”


Foi assim que um aluno muito querido disso logo que iniciei a mediação de “Doutora Era uma vez”, mais um livro gracioso (e liiindo visualmente!) da Brinque-Book.


Eu amo acompanhar o desenvolvimento das crianças enquanto leitoras e poder visualizar o quanto de seus repertórios vai se ampliando ao longo do ano letivo, de maneira que suas inferências tornam-se cada vez mais pontuais e cheias de segurança, completamente coerentes com suas trajetórias e com as narrativas que leram/ouviram.


A Doutora Era Uma Vez atua no mundo encantado dos contos de fadas. Dentre seus pacientes estão Cinderela ― que machucou o pé quando perdeu o sapatinho ―, Rapunzel ― que está com dor de cabeça de tanto carregar a mãe e o príncipe pelas tranças ― e o Lobo Mau ― que chamuscou o pelo na lareira dos três porquinhos. A rotina da doutora é muito agitada e o número de pacientes só aumenta. Mas, quando a garota fica doente, quem será que cuida dela?


O livro possui muuuitas referências aos textos clássicos e suas ilustrações são um atrativo à parte! As páginas duplas que se abrem “na vertical” são, de longe, as minhas favoritas, divinas!


“Doutora Era uma vez” é uma obra que convida à fabulação, apresentando uma intertextualidade carregada de poesia visual, que nos faz recorrer a nosso próprio repertório a todo momento, cada vez que nos deparamos com uma ou duas figuras que conhecemos. Uma verdadeira ode à imaginação infantil!


As autoras Catherine Jacob e Hoang Giang tornam realidade um dos faz de conta favoritos de muitas crianças: brincar de ser médico. Além disso, conseguem deixar a brincadeira ainda mais divertida ao transformar personagens clássicos da literatura infantil em pacientes, nos convidando a revisitar as suas histórias.


- Livro: Doutora Era uma vez..

- Escritora: Catherine Jacob.

- Ilustradora: Hoang Giang

- Tradutora: Julia Bussius.

- Editora: Brinque-Book.


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Resenha: A matemática do urso

 


Há livros e LIVROS!
Eu, particularmente, sou APAIXONADO por aqueles que nos CLAMAM para serem lidos em voz alta, com participação ativa e muitas gargalhadas.

Este é o caso de “A matemática do urso”, de Blandina Franco e José Carlos Lollo, autores que possuem uma vasta obra cheia de acertos e livros queridos pelos leitores de todas as idades.

Eu Já havia lido com as crianças na escola e no último sábado fiz a leitura dele aqui no Espaço de Leitura... sucesso absoluto! O livr é delicioso e convida à interação. Cheio de rimas, super divertido, vemos passar pela narrativa os números de um a dez, soma, adição, subtração, proporção... só a lógica é que vai passar longe, bem longe.

Uma das coisas mais gostosas de acompanhar é o público fazendo mil inferências, pensando quais animais aparecerão, quais frutas e alimentos serão trocados... e as expressões com o desfecho!

Esta é a história de um urso que vem tranquilo pela floresta segurando uma grande e suculenta melancia para o jantar. Em seu caminho, porém, aparece uma forte e pesada anta e lhe faz uma proposta tentadora: "Quer trocar uma melancia por dois melões?". O urso logo vê que dois é mais do que um, então troca sem medo algum. 

Em seguida, vem um macaco que lhe oferece três cocos no lugar de dois melões. Mais uma vez, o urso troca sem nem pensar nos porquês. E assim, um após o outro, diferentes animais cruzam o caminho do urso propondo transações cada vez mais disparatadas. 

Será que as contas do nosso amigo peludo darão certo? Fará ele um bom negócio?

- Livro: A matemática do urso.
- Escritora: Blandina Franco.
- Ilustrador: José Carlos Lollo.
- Editora: Brinque-Book.

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Resenha: O caso do pote quebrado



Sinopse: Dona Coruja é investigadora de renome e está encarregada de resolver o mistério: afinal, quem transformou em cacos o pote do Marreco? Dona Coruja ganhou destaque como investigadora depois de resolver o Caso das Bananas (publicado pela Brinque-Book em 2003). Agora, ela está de volta para ajudar o desolado Marreco a desvendar o Caso do Pote Quebrado.

 

Adoro livros que prendem o leitor e o permitem participar da narrativa.

Em “O caso do pote quebrado”, escrito por Milton Célio de Oliveira Filho e ricamente lustrado por Mariana Massarani nos deparamos com o pobre Marreco que estava desolado, pois, enquanto tomava banho na lagoa, um intruso entrara em sua casa e atirara seu pote ao chão, transformando-o em cacos. A partir daí ele, determinado em saber quem foi o malvado que havia cometido tamanha atrocidade, convoca Dona Coruja, investigador de renome, para assumir o caso.

 

A cada virar de página vemos a coruja usando todo o seu talento de Sherlock Holmes para desvendar o mistério. Vai investigando os animais um a um e é aí que está a “mágica” do livro!

 

Nós, os leitores, acompanhamos a investigação através do diálogo/entrevista da coruja com os animais. Cada um dá sua justificativa (ou álibi, como achar melhor) de o porquê não é culpado e, além disso, cada um aponta um suspeito.

 

Dá para explorar cada página do livro e estimular a participação das crianças para desvendarem os suspeitos, tentando adivinhar qual animal aparecerá ao virar a página (além de tentar adivinhar por meio da fala e descrição dos animais, Mariana também dá uma pequena pista de cada um dos novos suspeitos, permitindo-nos vislumbrar um pedacinho do corpo do próximo animal na ilustração da página direita que antecedem seu aparecimento).

 

O livro é uma delícia de se ler em voz alta, de apresentar numa roda de leitura, deixando as crianças (pequenas e grandes, não há idade!) explorarem as ilustrações (eu, particularmente, AMO o traço da Mariana Massarani, neste livro ela estava particularmente inspirada, as ilustrações são belíssimas, todas em páginas duplas) e acompanharem o desfecho dessa história fantástica.

O desfecho, por sinal, é o ÁPICE de tudo que acontece no livro! É tão fantástico e imprevisível que, afirmo, vale a pena conferir (não entregarei aqui para não estragar a surpresa)!

 

Se quiser conferir e desvendar o que acontece, lá no feed e no IGTV do Instagram, bem como em meu perfil do Facebook, tem a leitura deste livro delicioso!


O CASO DO POTE QUEBRADO


Autor: Milton Célio de Oliveira Filho.

Ilustradora: Mariana Massarani.

Número de páginas: 32 páginas.

Editora: Brinque-Book.

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Resenha: Carona na vassoura


Sinopse: A bruxa e seu gato estavam muito felizes voando na vassoura, até que... o vento leva primeiro o chapéu da bruxa, depois seu laço e, por fim, a varinha!
Felizmente, cada uma dessas coisas é apanhada por um animal prestativo que se junta à bruxa agradecida e seu gato na viagem.
Uma história muito engraçada sobre a bruxa e seus amigos, com rimas irresistíveis e ilustrações maravilhosas, é perfeita para ser lida em voz alta e apreciada pelas crianças.




Aaah! Julia & Axel... dupla de sucesso. Sem dúvidas!
Sou PERDIDAMENTE apaixonado pelas obras dos dois [e não vejo a hora de completar minha coleção falta pouco!].


Como disse na resenha de “O gigante mais elegante da cidade” Julia possui uma escrita DELICIOSA, daquelas que nos convidam a leitura em voz alta. E as ilustrações de Axel são irresistíveis, carregadas de cor e expressão, possuem características ÚNICAS [imediatamente, ao se deparar com uma de suas ilustrações, você consegue identificar].


Em “Carona na vassoura” conhecemos uma simpática bruxa, que segue feliz da vida voando com seu gato, até que um vento forte começa a soprar e… a partir daí a história se desenrola. A cada virar de página a bruxa vai deixando cair algo e, sempre que ela desce para procurar, vem um animal solícito para lhe ajudar.


A história é bem “redondinha”, daquelas que trazem alegria, sorrisos e proporcionam momentos de leitura deliciosos. Eu, particularmente, amo conta-la em voz alta, fazendo aquela leitura bem dramática, com chapelão e gritando “DEEEEESÇA” numa vibe bem histérica, rs [as boas histórias têm esse efeito sobre mim].


Acho fantástica a maneira com que os livros de Julia & Axel nos envolvem. Suas obras se tornaram verdadeiros clássicos [vide o sucesso de “O Grúfalo”] e isso se dá, em minha opinião, pela maneira com que eles costuram texto e ilustrações, criando obras fantásticas e atemporais, capazes de encantar crianças de 0 a 100 anos.


*Há também um curta-metragem lindo feito a partir da história do livro, vale super a pena conferir!


CARONA NA VASSOURA

Autora: Julia Donaldson
Ilustrador: Axel Scheffler
Número de Páginas: 32 páginas
Editora: Brinque-Book
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Resenha: Manu e Mila


Sinopse: Céu anil, jardim florido, sol e nuvens branquinhas. Mila acordou inspirada e foi logo nomeando suas sensações com poesia. Sabia que aquela manhã deliciosa lhe traria um caminho: “Hoje é um dia perfeito para encontrar a alegria”, disse ao Manu, que logo contestou: “Mas onde encontrar a alegria?”. Em suas pequenas grandes convicções, eles foram, ao ar livre, procurar o que podia estar ali sob seus olhos. No alto de uma árvore, debaixo de uma joaninha. Manu achava uma coisa, a garota Mila encontrava outra. O que não sabiam é que essa busca tinha muito em comum: o viver, na delicadeza do que o outro nos apresenta.
André Neves.
[...]
Creio que, hoje, André tenha se tornado meu autor preferido. Seus livros me trazem uma sensação de acalanto que, por mais que tente, não consigo explicar em palavras.
Sou do tipo que lê e se emociona, que fica com um sorrisão bobo nos lábios e os olhos marejados quando encontra um livro que aquece o coração.
Os livros do André, todos eles, sem tirar nem pôr, causam essa sensação em mim. E isso é magnífico!
.
Em “Manu e Mila” acompanhamos uma dupla de crianças que num dia delicioso “jardim florido, céu anil brancas nuvens, sol macio” se questionam e refletem sobre onde se encontra a alegria. A mãe de Mila diz que a alegria pode estar em qualquer lugar, enquanto Manu contrapõe dizendo que o mundo é muito grande e duvida que a alegria esteja ali no jardim.


Mila, que me enche o coração e me faz relacionar completamente com ela [que tem ares de personalidade de Amélie Poulain] crê que a alegria está escondida nas pequenas coisas [debaixo de uma pedra. Em um pingo-d’água. Dentro de uma semente] já Manu achava que a alegria estava entre as coisas grandes [perdida em uma imensa cidade. No alto de uma montanha. Boiando no meio do oceano]. Ambos acreditam que a felicidade está nos lugares mais difíceis de procurar.


Durante a leitura, texto e imagem nos fazem refletir sobre os pequenos prazeres da vida, sobre as alegrias que encontramos em nosso caminho, sobre os encantamentos que vivenciamos em nosso dia a dia e a maneira com que enxergamos o mundo a nosso redor.


Manu e Mila, tão semelhantes em suas diferenças, trazem um frescor ao leitor que, garanto, é IMPOSSÍVEL concluir a leitura sem pôr um sorrisão nos lábios!


André possui um “tato poético” ímpar, capaz de nos comover e encantar com uma intensidade tremenda. Seu texto, sucinto em muitos pontos, e ilustrações cheias de vida, tem o poder arrebatador de aquecer qualquer coração e nos deixar refletindo sobre o que nos traz alegria. O livro, por si só, é um pequeno prazer. Uma imensa alegria.


“A alegria é uma brincadeira fujona, sabe? Algo que nos acostumamos a encontrar e a perder o tempo todo. E existem tantas alegrias [...] A alegria para mim é fazer e ver a leitura girar como uma dança”. [NEVES, ANDRÉ]
Como não se apaixonar?

MANU E MILA

Autor: André Neves
Número de páginas: 32 páginas
Editora: Brinque-Book
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No site da editora o livro está com um preço INCRÍVEL! Compre-o aqui

Resenha: O gigante mais elegante da cidade




Sinopse: Em uma terra mágica habitada por seres miúdos e diversos, como pessoas, elfos e animais, há um gigante adorável e desalinhado chamado Jorge. Um dia, ele decide que é hora de repaginar o visual. Encontra uma nova loja no caminho e troca as roupas velhas e gastas por uma camisa, um par de calças, cinto, gravata, meias e sapatos pretos brilhantes. Tudo muito elegante. No entanto, quando se depara com uma série de animais que precisam de ajuda, ele imediatamente começa a distribuir suas roupas para ajudar. A gravata aquece o pescoço da girafa, a camisa se torna uma vela de barco, e um de seus sapatos novos, uma casa de rato. Mas... e o gigante elegante, como fica nessa história?

Os trabalhos de Júlia Donaldson e Axel Scheffler são familiares a todos que são apaixonados pela literatura para a infância. Autores de clássicos como "O Grúfalo" e "Macaco danado" a dupla possui em seu currículo uma vasta lista de livros excelentes.


Eu, particularmente, sou apaixonado pelo trabalho dos dois! Os textos divertidos, muitas vezes rimados e as ilustrações cheias de vida e cores fazem com que suas obras sejam apostas certeiras na hora da leitura compartilhada em voz alta.


Em "O gigante mais elegante da cidade" conhecemos Jorge, um gigante que anda por aí com sua camisola e sandália que, há muito, deixaram de ser elegantes. Até o dia em que ele encontra uma loja perfeita, com roupas de sua numeração.


Jorge compra várias peças e sai feliz da vida, sentindo-se o gigante mais elegante da cidade. Porém, em seu caminho, vão surgindo vários sujeitos que estão sofrendo (pelos mais diversos motivos) e Jorge, que além de elegante é completamente solidário, passa a ajudar cada um que se põe em seu caminho.


A história é daquelas "redondinhas", que você vai lendo e sorrindo ao mesmo tempo. Fala de amizade, solidariedade e fazer o bem sem ver a quem. Trata-se também de uma história acumulativa, o que torna a leitura em voz alta ainda mais prazerosa.


O texto de Donaldson e as ilustrações de Scheffler são de encher os olhos e abraçar os ouvidos. Mais um daqueles que precisa fazer parte da coleção/acervo. Lembrando que não adianta ter um acervo rico e cheio de preciosidades se este acervo não CIRCULA, se não tem VIDA, se não chega às mãos daqueles que, em outras circunstâncias, não o conheceriam…


O GIGANTE MAIS ELEGANTE DA CIDADE

Autora: Julia Donaldson
Ilustrador: Axel Scheffler
Número de páginas: 32 páginas
Editora: Brinque-Book
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Resenha: Entre nuvens


Sinopse: Essa é a história de uma menina que sonhava em ser como um pássaro para poder ter uma nuvem só para ela. “Ela pensava: ‘Lá em cima, alguma coisa existe. Deuses, fadas, anjos ou gente de verdade’.” Porém, na cidade em que vivia, ninguém tinha tempo para sonhar. A menina resolve subir na montanha mais alta daquele lugar para poder pegar uma nuvem. Nessa montanha vivia um menino. Ele não achava a menor graça em olhar o céu, mas achava o sorriso da menina a coisa mais bela do mundo. E para vê-la sorrir para sempre, ele deu o melhor presente que ela poderia imaginar...


          André Neves… o que dizer desse cara?
         
         
          Acho que, inicialmente, deve-se dizer que ele é simplesmente INCRÍVEL! André escreve, ilustra e cria obras fantásticas, carregadas de uma sensibilidade poética ímpar. Dono de um traçado marcante e característico, André cria livros que fascinam, encantam e nos transportam a lugares incríveis e fascinantes.


“De repente, aconteceu.
As nuvens pararam sobre a cidade.”


Em Entre nuvens conhecemos uma menina que vivia admirando o céu. Uma menina que admirava os pequenos prazeres da vida. Uma pequena "Amélie Poulain" que se fascinava com as coisas belas a seu redor, como o clarear do sol e a perda lentamente do dia ao anoitecer. Se ela pudesse, pensava, teria uma nuvem só para si.


A menina, de uma sabedoria sem precedentes, pensava que lá em cima, no céu, alguma coisa existe, deuses, fadas, anjos ou gente de verdade. Ela não se cansava de olhar para o alto e sonhar, perder-se em pensamentos e devaneios que a suprimiam e encantavam. Enquanto a menina sonhava os moradores da cidade não tinham tempo algum para fantasiar, pelo contrário, eles até achavam que a menina já tinha ficado com a cabeça nas nuvens.


O livro segue com o encantamento da menina para com o céu. E conhecemos um menino que morava um pouquinho distante daquela cidade, bem no alto de uma montanha. Ele não achava graça alguma em olhar o céu. Mas, não deixou de se admirar com a coragem da menina que, desbravando a maior montanha dali [onde morava o menino] adentrou-se em sua casa, sem ao menos licença pedir, a fim de pegar uma nuvem para si.


“Para mim é o que há de mais belo no mundo.”


O menino, deslumbrado pelo sorriso da menina, e querendo vê-la sorrir sempre, costurou vários lençóis e deu-lhe de presente um balão. A menina subiu, subiu, subiu e encheu o céu de cores e sorrisos. O leitor, a cada virar de página, se encontrará como a menina: com um sorriso largo e fácil nos lábios e com os olhos brilhando, fantasiando, experimentando sonhos e devaneios que o levarão para além das páginas. Para além das nuvens. Para o céu.


Entre nuvens é mais um primor literário de André Neves [que, hoje, é uma de minhas grandes inspirações, assim como Eva Furnari e Maurice Sendak]. De uma doçura infinita, texto e imagens conversam entre si, transbordando amor a cada página e levando o leitor a se [re]encontrar com seus próprios sonhos e desejos.


Por vezes achamos que não temos tempo para contemplar o que está à nossa volta. Que a vida é muito corrida para se permitir curtir os pequenos prazeres da vida, mas, Entre nuvens nos mostra que tudo se torna mais colorido e carregado de sorrisos quando nos permitimos VIVER conforme nosso próprio ritmo.


*Premiado pela Revista Crescer

*Selo Altamente Recomendável FNLIJ


Entre Nuvens

Autor: André Neves
Número de páginas: 32 páginas
Editora: Brinque-Book
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Dicas de livros - Dia da Consciência Negra



          Segunda-feira, dia 20 de novembro, é "comemorado" o Dia da Consciência Negra.


          Todos os anos, com a proximidade da data, vemos vários professores compartilhando projetos e trabalhos desenvolvidos com o livro Menina bonita do laço de fita. Não tenho absolutamente NADA contra este livro [pelo contrário, tenho um carinho muito grande por ele, pois, me faz lembrar de minha sobrinha Ester], porém, de uns anos pra cá, notei a “superficialidade” com que os professores “comemoram” essa data em suas salas de aula.


          É usual vermos, nesta época, fotos de professores com turbantes e lindas bonequinhas pretinhas confeccionadas pelos alunos como resultado do projeto do Dia da Consciência Negra. Mas… será que é tão difícil buscarmos algo para além do habitual?


          Quem me conhece sabe que não sou muito fã de datas comemorativas, devido a maneira com que elas são abordadas em nosso sistema educacional. Mas, o Dia da Consciência Negra, a meu ver, é extremamente importante, porém, parto da premissa de que, PARA MIM, TODO DIA É DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA. Tendo em vista o histórico de opressão com que nossa República foi criada, devia-se valorizar muito mais aqueles que, literalmente, deram seu sangue para a construção de nosso país.


          Enfim… hoje uma querida amiga me pediu indicações de livros para serem lidos e contados e mediados e apresentados às crianças e eu imediatamente corri até o pequeno acervo de meu Espaço de Leitura para ofertar algumas opções diferenciadas para ela compartilhar com as crianças.


          Os livros apresentados abaixo foram selecionados levando em consideração alguns critérios [critérios que uso durante a seleção e compra dos livros para compor o acervo do Espaço de Leitura]: qualidade literária + projeto gráfico + olhar sensível + capacidade de gerar debates e discussões.


          Espero que vocês curtam as indicações e sintam o desejo de adquirir os livros abaixo. São todos fantásticos e extremamente sensíveis e tenho a certeza de que irão gerar boas conversas pós-leitura!


Letras de carvão 


Autora: Irene Vasco
Número de páginas: 36 páginas
Editora Pulo do Gato
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 Este livro é tão lindo! Ele arrebata o leitor já com sua primeira frase:

“Gosto tanto de ver você escrevendo seus contos, meu filho.”


          Lembro-me que quando ele chegou aqui em casa mamãe chorou ao ler. Letras de carvão trata-se de uma história sensível. Uma história de amor.


          Amor pelo conhecimento. Amor pelas palavras. Amor por compartilhar histórias.

Sinopse: Na pequena cidade de Palenque quase ninguém sabia ler. Com o propósito de ajudar a irmã a decifrar as cartas que recebia, e contando com a ajuda do dono da mercearia, a menina começa a descobrir o que as letras e as palavras significam, e não demora muito para que um mundo novo de possibilidades se abra para ela e para todos os habitantes de seu povoado. Essa é a história que a mãe conta ao filho ao se lembrar da própria infância e de como aprendeu a ler e a escrever.
Release da Editora Pulo do Gato: Ao contar uma história dentro de outra história, esta tocante narrativa conta também como os habitantes dos pequenos povoados e das comunidades quilombolas puderam se transformar em leitores sem que para isso tivessem de perder o vínculo com suas tradições mais genuínas.



          Letras de carvão foi baseado nos relatos de mães comunitárias durante oficinas de leitura ministradas pela autor Irene Vasco.



Esperando a chuva



Autora: Véronique Vernette
Número de páginas: 36 páginas
Editora Pulo do Gato
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          Em Esperando a chuva conhecemos uma menina que vive em um povoado onde não chove há muitos meses. Sua casa, seu quintal e todas as ruas do povoado estão completamente secos e empoeirados. E, naquele dia, a menina resolve esperar a chuva. Essa é a premissa do livro.


          Enquanto o dia vai passando acompanhamos os acontecimentos que cerceiam o ambiente social o qual a menina está inserida. Da porta de sua casa ela vai acompanhando tudo que se passa à sua volta: o caminhão com a lenha, o costureiro ambulante fazendo barulho com sua enorme tesoura, o garoto do barril com a água para as pessoas… O tempo vai passando, o céu vai escurecendo e o vento, cada vez mais forte, faz papel de trombeta e anuncia: a chuva está chegando!


          Esperando a chuva é uma narrativa simples e envolvente. Com ilustrações riquíssimas que enchem os olhos, nos aproxima um pouco mais da cultura e realidade de muitos povos africanos.

Sinopse: O livro explora uma temática universal – a necessidade de o homem adaptar-se às adversidades da natureza. Novas perspectivas e proporções são exploradas nas ilustrações e na disposição do texto, estimulando diferentes formas de olhar e relacionar imagem e texto no espaço da página. O texto curto, em primeira pessoa, provoca a identificação com os pequenos leitores que estão começando a ler os fenômenos da natureza por meio da observação e da convivência com sua comunidade.

         *Selo Altamente Recomendável FNLIJ 2015
* Seleção Destaques 2014, Revista Emília



Os sete novelos – Um conto de Kwanzaa


Autora: Angela Shelf Medearis
Número de páginas: 40 páginas
Editora Cosac Naify
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          Em Os sete novelos – Um conto de Kwanzaa conhecemos um senhor pai que, após a morte de sua esposa, tornou-se pai e mãe de seus filhos. Eram sete irmãos muito bonitos, com pele tão lisa e escura quanto o ébano mais legítimo. Porém, o velho papai vivia decepcionado e entristecido com seus filhos: os garotos, diariamente, do nascer do sol até o fim da noite, viviam discutindo e digladiando-se entre si.


Com a morte do pai, os sete irmãos foram convocados pelo chefe da aldeia que havia ficado incumbido de repassar para os sete filhos a herança deixada pelo pai. Cada um dos irmãos recebeu um novelo de uma cor diferente e, juntos, eles deveriam aprender a fazer ouro com os novelos de fios de seda ante de poderem usufruir de todas as posses e propriedades deixadas pelo pai [que seriam divididas igualmente após os irmãos conseguirem realizar o desejo do pai].


O livro é muito gostoso de ler e o leitor consegue se relacionar e identificar com a história IMEDIATAMENTE, pois, ela trata de valores universais que fazem parte da vida de todos os seres humanos.


Kwanzaa significa 'primeiros frutos' na língua suaíli. Os sete princípios básicos para essa celebração são: unidade, autodeterminação, trabalho coletivo e responsabilidade, cooperação econômica, motivo, criatividade e fé. O livro nos apresenta esses valores de maneira primorosa, tornando a história dos sete irmãos uma verdadeira fábula. Uma história


Sinopse: Neste livro, que já vendeu mais de 13 mil exemplares no Brasil, a autora resgata a tradição do feriado de Kwanzaa, comemorado por afro-descentes das Américas, e cria um conto sobre como os membros de uma família podem unir-se em benefício de toda a comunidade. Sete irmãos da tribo Axânti, que não conseguiam se entender nunca, recebem um testamento curioso do pai: até o pôr do sol daquele dia, os irmãos teriam de aprender a fazer ouro com sete novelos de fios coloridos. Diante da impossibilidade individual de fazer uma peça com apenas um novelo, os irmãos finalmente se unem e fazem um tecido multicolorido, o mais bonito já visto em sua terra.



Obax


Autor: André Neves
Número de páginas: 36 páginas
Editora Brinque-Book
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Obax já é um clássico! Creio que toda escola [ao menos das redes públicas] o têm em seus acervos.


Obax é uma pequena menina que adorava contar histórias, mas, ninguém acreditava nelas! Ela vivenciou e experienciou diversas aventuras fantásticas só que ninguém se importava.


Ela tinha poucos amigos e vivia muito solitária. Inventar aquelas histórias fantasiosas devia ser sua melhor brincadeira. Um dia Obax, muito triste, correu pelas savanas e jurou nunca mais contar suas aventuras… Até que, inesperadamente, ela tropeça numa pequena pedra em forma de elefante e, a partir daí, a magia se desenrola nas páginas.


André Neves é um exímio contador de histórias. Seus textos e ilustrações são simplesmente FASCINANTES. Ele é um de meus ídolos e um dos maiores nomes da literatura infantil brasileira.


Obax é um daqueles livros ESSENCIAIS para qualquer acervo literário que se preze.


      *No link ao lado você encontra um Projeto Literário disponibilizado no site da editora para se trabalhar com o livro Obax: clique aqui para acessar


Sinopse: Quando o sol acorda no céu das savanas, uma luz fina se espalha sobre a vegetação escura e rasteira. O dia aquece, enquanto os homens lavram a terra e as mulheres cuidam dos afazeres domésticos e das crianças. Ao anoitecer, tudo volta a se encher de vazio, e o silêncio negro se transforma num ótimo companheiro para compartilhar boas histórias.



Olhe para mim


Autor: Ed Franck
Número de páginas: 44 páginas
Editora Pulo do Gato
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          O livro Olhe para mim é ARTE pura. Literalmente! Nele acompanhamos a trajetória do menino Kitoko que foi adotado. Sua mãe trabalha no museu, restaurando a pintura dos quadros que o tempo desgastou. Ela está grávida e Kitoko não consegue deixar de pensar se algo mudará depois que sua irmãzinha nascer: será que mamãe vai me amar tanto como me ama agora?


          As ilustrações do livro são DIVINAS e foram inspiradas no trabalho de diversos artistas consagrados, como Monet, Picasso, Miré, Renoir, Dalí, Matisse, entre outros.


          Olhe para mim nos transporta à uma viagem atemporal, fazendo-nos passear pelo mundo da arte, tendo como fio condutor o olhar de uma criança que está se [re]descobrindo, à procura de sua identidade.


          Sensível e belo. Olhe para mim é um livro que possui “a cara” da editora que o publicou. Como todo acervo da Editora Pulo do Gato o primor estético do trabalho de design gráfico e a qualidade literária desta obra são surpreendentes!


Sinopse: Kitoko foi adotado. Sua nova mãe está grávida e ele se pergunta se continuará a ser amado depois que sua irmãzinha nascer. Enquanto espera pela mãe, Kitoko adormece e sonha com a África, continente onde nasceu. Em sonhos, reencontra a irmã biológica, e relembra tudo o que aconteceu com sua primeira família... Agora o futuro o espera, terá uma nova irmã a quem irá amar e construir uma nova história.


*Escolhido pelo júri de crianças e jovens KJV – Bélgica 2014
* 30 melhores livros infantis do ano, Revista Crescer – 2015



Flávia e o bolo de chocolate


Autora: Míriam Leitão
Capa dura
Número de páginas: 36 páginas
Editora Rocco Pequenos Leitores
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          Flávia e o bolo de chocolate, com o perdão do trocadilho, é uma delícia literária! O livro é tão sutil ao abordar temas como adoção e questões raciais que, a meu ver, se torna muito útil no trabalho com os pequenos.


          No livro conhecemos Rita, uma mulher muito boa, que andava meio triste. E ficava cada dia mais triste. Ela queria ter um filho, mas não conseguia. Então, um dia, depois de muito pensar, ela encontrou a solução adotaria uma criança!


          Rita procurou e procurou até que encontrou Flávia. Depois de levar o bebê para casa, Rita orgulhosamente mostrava-a cheia de orgulho para suas amigas. Ela, enfim, tinha realizado seu tão querido sonho!


          Como sempre, uma vizinha amarga vira para Rita e diz: “ela não é sua filha! Vocês são muito diferentes!”.


          O livro se desenvolve desta maneira. Bem leve e descontraído ele vai, página a página, nos mostrando o desenvolvimento e crescimento de Flávia.


          Um dia Flávia acorda meio chateada, pois, depois d eolhar tudo a seu redor e fazer comparações, percebeu que no mundo haviam coisas que eram superparecidas umas as outras e outras bem diferentes. E ela achava que não era muito parecida com a mãe.


          Aquele pensamento foi crescendo, crescendo em sua cabeça. Até que ela começou a chorar. A partir daí, vemos um diálogo completamente sensível entre Rita e Flávia e, a cada virar de páginas, nos encantamos mais e mais por essa relação.


          Ao final do livro a menina entende que não há problema em ser diferente. Pelo contrário: se tem uma coisa que nos torna iguais são nossas diferenças!


Sinopse: Em meio aos questionamentos da pequena Flávia sobre a sua pele marrom – tão diferente da pele branquinha da mãe –, a premiada jornalista Míriam Leitão aborda temas delicados como adoção e questões raciais de forma sensível e lúdica para os pequenos. 



Menina bonita do laço de fita

Faltou uma fotinha personalizada para este livro, pois, ele se encontra ensacado a fim de ficar protegido dos resíduos da reforma que estamos realizando aqui em nosso Espaço de Leitura.

Autora: Ana Maria Machado
Número de páginas: 24 páginas
Editora Ática
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          Com certeza este é um dos livros mais lidos em todas as escolas no mês de novembro!


          Menina bonita do laço de fita é um verdadeiro clássico. É IMPOSSÍVEL, repito, IMPOSSÍVEL, alguma criança não ter tido contato com esta obra em alguma etapa de sua vida escolar


          No livro conhecemos um coelho branquinho que fica DESLUMBRADO com uma menina pretinha. Ele fica tão admirado e fascinado que deseja a todo custo ter uma filha pretinha como ela. mas, antes de conseguir realizar seu desejo, ele precisa descobrir qual o segredo para se ter uma cor como a daquela linda menina. E é a partir daí que a história se desenrola. O coelho realiza várias peripécias a fim de tentar alcançar sua tão almejada cor até que, no final das contas, ele consegue encontrar uma maneira de realizar seu sonho ele encontra uma coelhinha bem pretinha e tem filhotes de todas as cores possíveis!


          Como explicitado na resenha da A Taba disponível logo abaixo: Menina bonita do laço de fita é um livro ESSENCIAL. Daqueles para ler, reler e contar em voz alta.


Sinopse: Uma linda menina de fita no cabelo desperta a admiração de um coelho branco, que deseja ter uma filha tão pretinha como ela. Mas antes precisa descobrir o segredo de como ter aquela cor.


Resenha Especializada - A Taba [retirada do site da Amazon]: Palmas para Ana Maria Machado! Com extrema graça e delicadeza, a autora nos apresenta uma menininha negra “linda linda”, com olhos de azeitona e cabelos de noite. Essa fada do luar encanta os leitores e também o coelho branco que não se cansa de perguntar qual o segredo para ela ser tão pretinha. Entre as respostas engraçadas da menina, o coelho finalmente entende que a cor vem da genética: a mãe, a avó e, assim, vai seguindo a genealogia até perder de vista os parentes... Então, o coelho trata logo de arrumar uma coelha pretinha para poder procriar e ter muitos filhotes de muitas e diferentes cores: branco bem branco, branco meio cinza, branco malhado de preto, preto malhado de branco e até uma bem pretinha, que será afilhada da menina. Um encanto de livro que aproveita a tradição oral, numa fala coloquial e familiar que pode ser facilmente absorvida pelas crianças que, mesmo não alfabetizadas, se divertirão ouvindo essa homenagem à beleza negra. Livro essencial à formação!