Resenha: Entre nuvens


Sinopse: Essa é a história de uma menina que sonhava em ser como um pássaro para poder ter uma nuvem só para ela. “Ela pensava: ‘Lá em cima, alguma coisa existe. Deuses, fadas, anjos ou gente de verdade’.” Porém, na cidade em que vivia, ninguém tinha tempo para sonhar. A menina resolve subir na montanha mais alta daquele lugar para poder pegar uma nuvem. Nessa montanha vivia um menino. Ele não achava a menor graça em olhar o céu, mas achava o sorriso da menina a coisa mais bela do mundo. E para vê-la sorrir para sempre, ele deu o melhor presente que ela poderia imaginar...


          André Neves… o que dizer desse cara?
         
         
          Acho que, inicialmente, deve-se dizer que ele é simplesmente INCRÍVEL! André escreve, ilustra e cria obras fantásticas, carregadas de uma sensibilidade poética ímpar. Dono de um traçado marcante e característico, André cria livros que fascinam, encantam e nos transportam a lugares incríveis e fascinantes.


“De repente, aconteceu.
As nuvens pararam sobre a cidade.”


Em Entre nuvens conhecemos uma menina que vivia admirando o céu. Uma menina que admirava os pequenos prazeres da vida. Uma pequena "Amélie Poulain" que se fascinava com as coisas belas a seu redor, como o clarear do sol e a perda lentamente do dia ao anoitecer. Se ela pudesse, pensava, teria uma nuvem só para si.


A menina, de uma sabedoria sem precedentes, pensava que lá em cima, no céu, alguma coisa existe, deuses, fadas, anjos ou gente de verdade. Ela não se cansava de olhar para o alto e sonhar, perder-se em pensamentos e devaneios que a suprimiam e encantavam. Enquanto a menina sonhava os moradores da cidade não tinham tempo algum para fantasiar, pelo contrário, eles até achavam que a menina já tinha ficado com a cabeça nas nuvens.


O livro segue com o encantamento da menina para com o céu. E conhecemos um menino que morava um pouquinho distante daquela cidade, bem no alto de uma montanha. Ele não achava graça alguma em olhar o céu. Mas, não deixou de se admirar com a coragem da menina que, desbravando a maior montanha dali [onde morava o menino] adentrou-se em sua casa, sem ao menos licença pedir, a fim de pegar uma nuvem para si.


“Para mim é o que há de mais belo no mundo.”


O menino, deslumbrado pelo sorriso da menina, e querendo vê-la sorrir sempre, costurou vários lençóis e deu-lhe de presente um balão. A menina subiu, subiu, subiu e encheu o céu de cores e sorrisos. O leitor, a cada virar de página, se encontrará como a menina: com um sorriso largo e fácil nos lábios e com os olhos brilhando, fantasiando, experimentando sonhos e devaneios que o levarão para além das páginas. Para além das nuvens. Para o céu.


Entre nuvens é mais um primor literário de André Neves [que, hoje, é uma de minhas grandes inspirações, assim como Eva Furnari e Maurice Sendak]. De uma doçura infinita, texto e imagens conversam entre si, transbordando amor a cada página e levando o leitor a se [re]encontrar com seus próprios sonhos e desejos.


Por vezes achamos que não temos tempo para contemplar o que está à nossa volta. Que a vida é muito corrida para se permitir curtir os pequenos prazeres da vida, mas, Entre nuvens nos mostra que tudo se torna mais colorido e carregado de sorrisos quando nos permitimos VIVER conforme nosso próprio ritmo.


*Premiado pela Revista Crescer

*Selo Altamente Recomendável FNLIJ


Entre Nuvens

Autor: André Neves
Número de páginas: 32 páginas
Editora: Brinque-Book
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Resenha: O Exorcista


Sinopse: O Exorcista é provavelmente a referência principal de qualquer apreciador do terror no cinema. O que nem todo mundo sabe é que a história original que inspirou o longa foi publicada dois anos antes, em 1971, pelo escritor e roteirista William Peter Blatty. Após ler uma matéria sobre o exorcismo de um garoto de 14 anos, Blatty concebeu a perturbadora trajetória de Chris MacNeil, uma atriz que sofre com as inesperadas mudanças de comportamento de sua filha, Regan. Quando a ciência não consegue descobrir o que há de errado com a menina e uma nova personalidade demoníaca parece vir à tona, Chris busca a ajuda da Igreja no que parece ser um raro caso de possessão demoníaca.



Olá! Hoje tentarei falar sobre o clássico-mor do terror: O Exorcista de William Peter Blatty. É muito difícil falar sobre uma história tão conhecida por todos, pois, as opiniões e perspectivas podem ser bastante variantes entre um sujeito e outro, porém, hoje darei o meu ponto de vista deste livro que, já vou resumindo, é simplesmente ESPETACULAR!


O Exorcista, o filme, é um de meus favoritos de todos os tempos. Sou completamente fissurado pela atmosfera gélida e envolvente que me prende toda a vez que assisto, como se fosse a primeira vez. Fico com uma sensação de imobilidade perante a televisão, quase que em transe hipnótico. É fantástico. Porém, ainda não tinha lido o livro. Já o havia comprado há um tempo, mas, não tinha tido o tempo de lê-lo. Aproveitei este período de recesso escolar para realizar a leitura.


Enquanto lia, fiquei com tanta raiva de mim mesmo pensando: Helder, por que você demorou tanto tempo para ler esta obra prima?


O livro é FANTÁSTICO! Consegue superar o filme no quesito “atração”, pois, me vi preso às páginas, fissurado, hipnotizado querendo ler e ler e devorar aquelas páginas a fim de chegar ao final. Mesmo já conhecendo a história! E isto é fantástico. Mostra o PODER da escrita de Blatty, pois, mesmo se tratando de uma história extremamente difundida e conhecida, não pude deixar de me ver pasmo ao ler as descrições dos acontecimentos de Regan e o reflexo desses acontecimentos àquelas que estão a seu redor.


O Exorcista já vendeu mais de 13 milhões de exemplares. Para quem viveu numa bolha nas últimas décadas ou estava fazendo uma viagem à lua, O Exorcista nos apresente a história de Regan, uma doce garota de doze anos que acaba sendo acometida por uma entidade que toma seu corpo, fazendo-a definhar e criando dúvidas para sua mãe e todos os que têm contato com ela que, ao verem-se diante daquela insana transformação da garota, buscam as mais variadas formas de solucionar este caso, passando por inúmeros médicos, realizando vários tratamentos e aplicando vários medicamentos na menina, até verem-se obrigados a apelar para algo além do convencional: um exorcismo.


A história é muito bem construída e escrita. Blatty faz despertar em nós sentimentos estranhos, insanos e sombrios. Fazendo-nos encarar nossos próprios medos e, em muitos momentos, questionar nossas crenças e fé. Sua escrita rica em detalhes e sensações justifica o porque depois de tanto tempo [o livro foi publicado originalmente em 1971] O Exorcista continua despertando o interesse dos leitores de várias gerações. Estabelecendo-se como o clássico-mor da literatura sombria.


O Exorcista vai muito além do que se espera e, contradizendo o senso comum, não é um livro que promova o ocultismo, satanismo ou qualquer outra baboseira que os leigos [entenda-se aqui, quem ainda não o leu] possam pensar, pelo contrário, é uma história que trata sobre a natureza humana, sobre qual é limite de suas crenças [ou a falta delas]. Para além da batalha entre o bem e o mal, O Exorcista é uma reflexão sobre a vida e a morte. Sobre o quão finita é a existência física e infinita é a existência espiritual.


Mesmo já conhecendo o final da história, me senti completamente emocionado ao ler. O final é poderoso e encerra gloriosamente o livro.



O Exorcista é uma leitura ESSENCIAL, não apenas para os amantes do gênero, mas, para todos que apreciam uma história RICA e bem ESCRITA.



O Exorcista

Autor: William Peter Blatty
Número de páginas: 336 páginas
Editora: Harper Collins Brasil
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