Resenha: Azul Haiti
Resenha: O jardim da minha Baba
Uma celebração terna e comovente do amor entre gerações, com destaque para a relação entre um neto e sua amada avó.
A relação com os avós retratada nos livros ilustrados é sempre algo que me comove bastante... por aqui, só tive contato e vivência real com minha avó materna [meu avô faleceu quando eu era pequeno e tenho apenas fragmentos do tempo costurados na memória].
Minha avó Isaura e eu passamos por inúmeros momentos em nossa relação. Muitas risadas, muitos cafés compartilhados e uma certa ironia/deboche que, devo confessar, devo ter herdado dela.
Há algum tempo ela fez a travessia do espaço terreno, porém, cada vez mais segue presente e viva em nossos corações numa espécie de nostalgia-ultra-afetiva.
Inspirado nas memórias da infância do poeta Jordan Scott e ilustrado pelo premiado artista Sydney Smith, ”O jardim da minha Baba” é uma história profundamente pessoal que evoca sentimentos universais.
Conheci o BELÍSSIMO trabalho da dupla pelo lindo livro “Eu falo como um rio”, que sempre arranca suspiros. E um outro livro que fez parte de um momento significativo de minha vida foi o “Você se lembra?”, de autoria apenas de Sydney Smith.
“O jardim da minha Baba” explora as imagens, os sons e os cheiros experimentados por um menino que passa as manhãs com sua avó. Ele a visita todos os dias e a encontra em sua pequena casa abarrotada de ingredientes do seu jardim.
A narrativa conduz os leitores a compreenderem como a comunicação vai além das palavras faladas. A prosa poética de Scott capta momentos de profundo significado, enquanto as ilustrações de Smith conferem uma riqueza adicional à narrativa. Uma história rica em empatia, amor e compreensão - que explora temas profundos como imigração, pobreza, perda e fim da vida.
QUAIS SEMENTES TENS PLANTADO EM SEU JARDIM DA VIDA?
- Livro: O jardim da minha Baba.
- Escritor: Jordan Scott.
- Ilustrador: Sydney Smith.
- Tradução: Paula Marconi de Lima.
- Editora: Pequena Zahar.
Rodas de Leitura On-line para Educadores - Julho '25
Resenha: Pedro e Paulo
Quais cores e formas seu jardim lhe oferece?
Outro dia confabulava com uma amiga querida o quanto amo utilizar referências de coisas que me são especiais e ternas [obras de arte, músicas, trechos, memórias, fragmentos...] e o quanto acredito que quem somos hoje é um grande reflexo de tudo aquilo que vivenciamos em nossas jornadas, bem como um emaranhado de referências entrelaçadas que habitam nosso interior afetivo.
Encontrar livros que exploram memórias pessoais e referências artísticas, inclusive, fotografias icônicas como ponto de partida é algo belíssimos, pois, nos deparamos com aquilo que os artistas trazem dentro de si, vivências de infância, paixões acolhidas, expressões apaixonadas... em “Pedro e Paulo”, Fábio Severino propõe diálogos deslumbrantes com sua obra e referências de suas vivências artísticas.
Quais músicas e instantes tens eternizado?
Pedro cultiva flores de todas as cores e formatos. Para ele, seu jardim é o mais lindo do mundo. Ele ama profundamente a natureza.
Paulo, seu vizinho, eterniza as flores cultivadas por Pedro nos quadros que pinta e coleciona. Ele ama intensamente a Arte.
A vida transcorre em harmonia, até que esse magnífico lugar começa a atrair visitantes curiosos, turistas, artistas e pesquisadores que vão transformar para sempre o modo de vida da pacata região e o destino de seus primeiros habitantes.
“Pedro e Paulo” é uma verdadeira obra de arte, onde as cores transcendem os limites das páginas, nos inundam e transbordam em questionamentos: onde mora o silêncio? Onde as flores sussurram? Que silêncios moram numa tela em branco? O QUE VOCÊ TEM CULTIVADO NO MUNDO?
*Na terça-feira, 22 de julho, teremos Roda de Leitura On-line desta obra, ao vivo pelo Meet; confira o link na bio!
- Livro: Pedro e Paulo.
- Autor: Fábio Severino.
- Editora: JOAQUINA.
Resenha: Doze profissões para o futuro que começou ontem
O mundo está mudando.
Você é capaz de imaginar quais são as profissões do futuro que começou ontem?
Há vagas para todas as crianças!
Atualmente muito tem se falado sobre estarmos “formando crianças para profissões que ainda nem existem”, mas, eu gosto de refletir e pensar que, primeiramente, não as formamos, elas JÁ SÃO. Nós, enquanto educadores, apenas podemos contribuir oportunizando as melhores experiências e vivências para que elas aprimorem, potencializem e aperfeiçoem um olhar que seja, simultaneamente, crítico-reflexivo e afetivo.
Vejo, diariamente, o quanto nós, enquanto adultos, falhamos, cerceando a poesia das infâncias, o olhar livre e toda sabedoria que é tão típica do universo infantil...
Em “Doze profissões para o futuro que começou ontem”, Anderson Novello nos convida a olhar para dentro para podermos [re]enxergar o que está à nossa volta, trazendo, com uma sensibilidade incrível, reflexões que vão desde o espírito brincante, passando pelas [des]importâncias e em que depositamos nossas energias e tempo.
“Estamos contratando. Há vagas para:
> Doadores de tempo (com habilitação em criação de brincadeiras).
> Pacificadores (desejável experiência em acalmar desassossegos).”
Impossível sair ileso e, mais ainda, não se pegar sorrindo e refletindo consigo mesmo como tens vivido sua vida, o que tem se permitido e, principalmente, será que tens enxergado as sutilezas poéticas que te rodeiam?
*as ilustrações são um SHOW à parte, com INÚMERAS referências que vão desde o Universo Literário à Cultura POP!
- Livro: Doze profissões para o futuro que começou ontem.
- Escritor: Anderson Novello.
- Ilustrador: Daniel Cabral.
- Editora: Ciranda na Escola.
Confabulando com André Neves 🖤 18/06/25
André Neves rega com cuidado imagens e palavras para revelar a beleza delicada das emoções que deveriam florescer em todas as relações afetivas.
Seus textos têm caráter sensível e poético, com imagens particulares e criativas, para provocar uma explosão de cores na imaginação, no coração e na vida de todos os leitores.
Seus livros promovem um vendaval de imaginação que embaralham a fantasia. Nesse tempo atribulado com tantas coisas, o sonho pode deixar a vida mais doce.
André neves é assim, cheio de faces, cores e sabores. E nos torna doces, como mel na boca e riso de criança. Sua imaginação é como água. Que escorre pelos recôncavos de nossas almas, inunda os corações e nos transborda em estado de poesia.
🖤 https://www.instagram.com/neves.ilustra/
Refúgio Literário
(…) Sempre gostei de me refugiar na leitura. Especialmente naqueles momentos em que tudo por dentro parece uma grande cacofonia, vozes, pensamentos e inquietações em profusão que, por vezes, me fazem não conseguir manter o foco e a concentração.
Adoro os meus silêncios. Anseio. Preciso deles. Mas, confesso, muitas vezes é difícil conseguir entrar naquela zona espiritual que me permite aproveitá-los por completo.
No entanto, ao abrir as páginas de um livro, sinto como se as palavras agissem como um filtro, suavizando a tempestade interna e guiando-me para um oásis de calma (por mais que, em muitos casos, estou lendo livros que são verdadeiras pancadas).
É como se cada frase fosse um fio condutor, tecendo uma trégua entre o tumulto mental e a serenidade desejada. A leitura torna-se, assim, não apenas um escape, mas uma jornada para encontrar a harmonia nos meus próprios silêncios.
(.)