“Tio Helder, você vai ler
história hoje?”
“Sim, meu anjo.”
“Ah! Que bom! Daí você me anima,
estou tão triste hoje…”
[...]
Foi assim que fui recebido hoje
na escola e, após o choque inicial por ter uma criança de oito anos dizendo que
está triste demais [algo que é mais fácil perceber do que se escutar], fiquei ‘matutando’
com meus botões a razão daquilo.
Já adianto que não cheguei à
conclusão alguma. Mas, agora, no fim de tarde, após passar o dia inteiro com
esta frase em minha cabeça, decidi vir aqui ‘devanear’ e tentar transpor um
pouco dos meus pensamentos para o ‘papel’.
[..]
Não trabalho mais na escola. ‘Desvinculei-me’.
Mas, como sou APAIXONADO pelo que faço e possuo um Clube da Leitura, permaneço
indo, no horário do recreio, para realizar leituras, dar uns cheirinhos e
dialogar com os pequenos.
Diariamente, as situações que
vivenciamos são das mais diversas.
Há crianças que participam do
Clube, pois, não tem com quem brincar.
Há crianças que participam do
Clube por serem fascinadas pela leitura.
Há crianças que participam do Clube
por gostarem das minhas dinâmicas e ‘maluquices’ que faço durante a leitura
dramática [o que acontece diariamente, pois, até mesmo para os gibis da TMJ eu
faço leitura dramática! Rs].
Há crianças que participam do
Clube pelos mais diversos motivos. Mas, creio eu, o principal deles é: durante
o recreio, no Clube da Leitura, o afeto é uma constante, todo mundo é igual,
todos estão juntos e unidos em prol de uma atividade prazerosa, sem distinção
de nada.
Não quero dizer aqui que a escola
é um lugar em que o afeto não se faz presente. Mas, talvez, a maneira com que o
afeto é disposto e empregado não seja a mais adequada/atrativa para os
pequenos.
Minha meta diária, ao sair de
casa, é proporcionar alegria e diversão para meus alunos. Fazer com que eles se
sintam amados e compreendidos.
Sei que, para muitos, meus
pensamentos podem soar utópicos e surreais, mas, confesso: eu VIVO para isso!
Para a leitura.
Para as crianças.
Para o crescimento.
Para o
desenvolvimento.
Para o AMOR!
Sei que posso não conseguir mudar
o futuro da humanidade, mas, tentarei ao menos, prover a meus ‘filhos’ um
caminho diferente, cheio de alegria, carinho e, principalmente AMOR. Para que
eles possam ser pessoas melhores no futuro.
Pessoas melhores às da minha
geração e das gerações passadas.
[.]
Ele me abraçou.
Nos apertamos.
E, sorrindo, ele disse: até
amanhã!
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