Sinopse: Edgar tem um tio que adora contar histórias
arrepiantes. Só que são todas reais... até demais! Uma pequena boneca, uma
moldura dourada, um velho telescópio de latão, entre outros objetos curiosos e
sinistros são provas disso. Mas como o tio Montague teria conseguido montar tal
coleção? O que Edgar nunca podia imaginar é que o protagonista da mais
inusitada e horripilante história contada pelo tio era ninguém menos que o
próprio - Montague.
“Você não iria gostar deste lugar quando escurece…”
Gente! Vocês não fazem IDEIA de quanto esperei para vir aqui
escrever sobre este livro! Eu já possuía o outro (“Contos de terror do Navio
Negro”, confira a resenha clicando aqui) e sempre quis comprar este, porém,
NUNCA o encontrava disponível para compra. Até que, finalmente, este ano (CINCO
anos depois de ter comprado o Navio Negro!) consegui comprá-lo porque ele
voltou ao estoque.
Em “Contos de Terror do Tio Montague”, escrito pelo
britânico Chris Priestley, conhecemos Edgar, um garoto que possuía pais que não
se sentiam muito à vontade perto de crianças. Sua relação com os pais não era
das mais convencionais, por isso, Edgar adorava visitar seu Tio Montague, que
lhe contava as mais sinistras histórias de terror, todas com certo quê de
fantasia, mas, com um forte viés de veracidade.
Uma das coisas que acho mais incrível na escrita do Chris
Priestley é que ele não se reprime, não se apega aos personagens e não tem medo
de criar histórias cruéis, sombrias, cujos finais não se enquadram naqueles
convencionais (e clichês) “felizes para sempre”, pelo contrário! O autor nos
leva, em todos os contos, numa jornada inesperada, entremeada por caminhos
estranhos, onde os personagens sofrem, física e psicologicamente, e nós,
leitores, somos levados a uma viagem sensacional cujo desfecho é, sem sombra de
dúvidas, estarrecedor.
A trama “principal” do livro se dá na visita de Edgar ao Tio
Montague, que partilham contos de terror sentados perto da lareira numa sala
que possui objetos peculiares, cada um desses objetos figura um dos contos e é
peça fundamental e norteadora para as histórias de Tio Montague.
A escrita de Priestley nos envolve de tal maneira que os contos
de Tio Montague, mesmo sendo pequenos, são absurdamente fascinantes. Você se
prende de imediato e quando ele retoma aos diálogos de Edgar e seu tio você
percebe a magistralidade do autor por nos conduzir a tantos caminhos diferentes
por meio dos contos e mesmo assim mantendo um “plano de fundo” muito bem
estruturado e tão fascinante quanto às pequenas (e sombrias!) histórias que nos
são apresentadas.
A cada conto a escrita vai se tornando mais envolvente, de
tal maneira que você se pega absorto ali, sem querer largar o livro e descobrir
logo qual será o final de cada história, inclusive a de Edgar e Tio Montague. Queria
discorrer sobre cada conto em particular, mas, tenho receio de entregar spoilers e acabar destruindo a experiência
de leitura de quem se dispor a conhecer a obra (por favor, se você ama uma boa
narrativa, envolvente, capaz de prender do início ao fim, compre este livro! Não
se deixe enganar achando que ele é um livro “água com açúcar” por fazer parte
do catálogo de um selo infanto-juvenil da Rocco).
Devo dizer que meus contos favoritos são “A des-porta” e “A
moldura dourada”. Neles você vê a riqueza da escrita de Priestley e se vê
embasbacado ao final da leitura. Se “A moldura dourada” virasse um filme,
aposto, seria daqueles sucessos de crítica e bilheteria. Simplesmente fantástico!
Esses contos se desenvolvem mais numa linha de terror psicológico, não tanto
aquele terror explícito, o que me atrai ainda mais, pois, mexe com a cabeça da
gente e não se torna apelativo.
O final do livro é tão incrível (e surpreendente!) quanto os
finais de cada um dos contos que compõem a obra. “Contos de Teror do Tio
Montague” é quase um inception, rs. Histórias
dentro da história e, como já vemos na sinopse, tio Montague é o protagonista
por trás de todo aquele suspense e obscuridade.
“Estas coisas à nossa
volta são... como posso dizer?... possuídas por uma energia curiosa. Elas
ressoam com a dor e o terror a que estão atreladas. Meu estúdio virou um
repositório desses objetos. Eu coleciono o que ninguém quer, Edgar, as coisas
assombradas, amaldiçoadas... as coisas malditas.”
As ilustrações que acompanham os contos, feitar por David
Roberts, são tão incríveis quanto o texto, possuem um ar sombrio e são repletas
de detalhes, personagens desenhados com olhos profundos e muitos detalhes nas
sombras; parecem fazer parte de uma das obras de Tim Burton.
À você que aprecia uma boa história de terror, amante de
textos bens escritos e que procura algo para se envolver eu mais que recomendo!
Sugiro que o compre (está bem baratinho na Amazon), pois, você não irá se
arrepender.
CONTOS DE TERROR DO TIO MONTAGUE
Ilustrador: David Roberts
Número de Páginas: 256 páginas
Editora: Pavio [selo da Editora Rocco]
Compre na Amazon clicando aqui
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