[...]
É engraçado, pois, eu NUNCA havia
me imaginado numa situação semelhante a essa antes.
Passei boa parte de minha
juventude dizendo que não queria ter filhos e que não me imaginava trabalhando
com crianças e blá, blá, blá [somos TÃO imaturos quando jovens, não é mesmo?]
Porém, apesar de acharmos que
compreendemos todos os mistérios da vida, as vicissitudes e as viradas que nos
deparamos no meio de nossa caminhada conforme vamos crescendo vão nos
direcionando a lugares que nunca havíamos cogitado antes e que, assim que os
alcançamos, não conseguimos imaginar outros desfechos para nós mesmos senão o
que se apresenta à nossa frente.
[..]
Nunca tive uma figura masculina
em minha vida.
Nunca tive um pai.
E, não posso negar, isso foi
muito bom para mim, pois, minha relação com minha mãe tornou-se muito diferente
das relações convencionais [digo isso apenas fazendo comparações com as outras
relações mãe-filho que já conheci].
A partir do momento em que ‘cresci’
oficialmente. Após uma daquelas situações que beiram à catástrofe pessoal, mas,
que tem um grande poder de realizar mudanças em nossas vidas, me ENCONTREI
trabalhando com Educação.
Confesso que esta era uma coisa
que eu nunca, NUNCA, nunca tinha cogitado para mim. Pelo contrário! Quando mais
novo eu me ‘irritava’ constantemente ao ver mamãe passando pela rua e a cada
dois metros atendendo a um ‘oi tia Rogéria’.
Mas, ainda bem que crescemos.
Evoluímos.
Hoje estou prestes a completar
dez anos de trabalho na área educacional
Já exerci MUITAS funções
diferentes. Mas, em todas elas, o que teve de semelhante foi a dedicação e
empenho que depositei.
Sempre procurei fazer tudo o que
faço com excelência [perfeccionista que sou, sofri MUITO em minha caminhada
pedagógica] e, acima de tudo, com muito AMOR.
Tornei-me o “Tio Helder” e tenho
como meta de vida levar alegria aos meus pequenos, semeando afeto e mostrando
para eles que as possibilidades de mudanças e aperfeiçoamento pessoal são
INFINITAS. Cabe a nós recorrermos a nossa própria essência para nos tornarmos
versões melhoradas de nós mesmos.
Tento transmitir serenidade e
expor que não há problema algum em errar. Pelo contrário! Nossos erros e
tropeços são DETERMINANTES para nosso avanço; basta que abracemos nossas imperfeições
e as usemos para seguir em frente [sem ficar se remoendo com muitos “e se...”].
[.]
Não gosto da palavra ‘DOM’.
Muitos conhecidos já a usaram
para descrever a minha relação com a educação/pedagogia.
Mas, a meu ver, esta palavra
carrega um forte teor religioso. O que não me atrai.
Prefiro dizer que sim, eu NASCI
para fazer isso.
Nasci para trabalhar com
crianças.
Nasci para mostrar o universo
literário para os pequenos [e os grandes!] à minha humilde maneira.
Nasci para abrir as portas de
minha casa e torná-la um lar coletivo.
Nasci para ouvir, ‘mais do que’
para falar [apesar de falar bastante!]
Nasci para ser algo melhor do que
o que estava escrito e predestinado para mim.
[ ]
Eu me tornei o pai que nunca
tive.
“When I leave this world
I'll leave no regrets
Leave something to remember
So they won't forget
I was here
I lived, I loved
I was here
I did, I've done everything that I wanted
And it was more than I thought it would be
I will leave my mark so everyone will know
I was here”
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