O talento está no sangue § Artistas Liberais


Há alguns meses [mais precisamente há 11 meses atrás] resolvi realizar uma mudança significativa em minha vida: me dedicar a minha paixão à literatura.

Mas como?

Tantas incertezas e dúvidas permeavam minha mente [constantemente] e eu não sabia ao certo como realizar meu desejo…

Foram muitos tropeços e vários dias de escrever e deletar, escrever e deletar… até que senti confiança em um material de minha autoria. Agora a questão era: como publicar?

Tive contato com algumas editoras, muitos não, muita falta de resposta, mas uma resposta em particular foi o estopim necessário para eu dizer: “Okay Helder, agora siga em frente e deixe os medos para trás”.

[.]

Gosto de pensar que a “ARTE” sempre esteve presente em minha vida.

Eu era uma criança diferente. Extremamente tímido. Não conseguia me expressar como os outros [tanto que, até hoje, tem muita gente que não sabe que escrevo e amo escrever, rs] e encontrava em meus escritos uma maneira de me ausentar do mundo e percorrer caminhos que, usualmente, eu não conseguiria sequer me imaginar percorrendo.

Frequentador assíduo da Biblioteca Municipal perdi a conta de quantas vezes renovei minha ficha e quantos livros foram emprestados e lidos nesses vinte e oito anos de vida.

Eu tinha uma “agenda” onde escrevia pequenos textos, frases, parágrafos fantasiosos, desenhos e rabiscos… Sempre que a mente ficava turva em meio ao embaçamento causado pela profusão de pensamentos que neblinavam meu consciente, o lápis assumiu e as linhas eram preenchidas com devaneios e anseios e toda a sorte de expressão artística que convinha para sanar a inquietação.

[..]

No final do ano de dois mil e quinze e início do ano de dois mil e dezesseis, dedicando-me exclusivamente à escrita e à maneiras de expressar minha criatividade, me deparei com o concurso literário Artistas Liberais, da Dalle Piagge Editora.

A premissa do concurso era que pessoas talentosas [conhecidas ou não] escrevessem contos retratando artistas e a arte em suas mais variadas formas, o ponto crucial era que o personagem tivesse a ARTE como estilo de vida.

Sem saber o que esperar, mas com uma ânsia tremenda de ter meu conto publicado e lido por desconhecidos, escrevi o conto O talento está no sangue e, quando vi o resultado do concurso, confesso que não acreditei!

Lembrei-me das horas passadas na biblioteca…

Dos mangás lidos nos intervalos das aulas…

Dos parágrafos rabiscados nervosamente na velha agenda surrada…

Dos pensamentos que insistem em inundar minha mente, fazendo-me náufrago dentro de mim mesmo…

[...]

Não direi que consegui deixar os medos inteiramente para trás [creio que, especialmente para uma pessoa “perfeccionista” e metódica quanto eu, é praticamente impossível de fazê-lo], porém, hoje, com dois livros publicados [de maneira independente, do meu jeito, com a minha cara e exalando o amor depositado durante a escrita] posso afirmar: VALEU A PENA DAR UM SALTO NO ESCURO.

Meu conto O talento está no sangue faz parte da coletânea:


Artistas Liberais

Sinopse: O que é Arte e o que faz o artista ser uma figura tão interessante? Convidamos diversos autores para responderem a esta pergunta, ou se divertir tentando. Nestas páginas, você irá encontrar histórias sobre escritores, escultores, pintores, músicos e qualquer outra atividade que tente expressar os seus sentimentos. Esperamos que goste de Artistas Liberais. Um livro onde artistas falam sobre artistas.

DallePiagge Editora
Número de páginas: 194
Autor/Organizador: Felipe Sali e Paulo Cantuária 

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