Mais uma manhã de sol. Os gritos
ecoavam enquanto do chão subia uma fina camada de poeira que cobria todo o
pátio. A profusão de diferentes formas e tamanhos se fazia notar, conforme as
crianças passavam correndo.
De repente,
algo me chamou a atenção. Não eram gritos, nem alguém que havia caído…
No canto do
pátio, encostados no muro, lá estavam eles, contrastando com aquilo que ocorria
à sua volta, parados, em silêncio, apenas ouvindo a sinfonia desenfreada que o
pátio tomava.
Resolvi me
aproximar, assim como quem não quer nada.
De mansinho.
Com calma.
—
Meus amores – disse eu – Por que não estão brincando?
—
Ah, tio! – um respondeu – eles correm e empurram e a gente sempre se machuca.
Pensei,
pensei e remoí em meu interior: o que fazer para que aquelas crianças que ali
estavam pudessem aproveitar o recreio tanto quanto os outros que a poeira do
chão levantavam?
Resolvi,
então, uma história em quadrinhos em minha bolsa pegar. Sentamos debaixo da
árvore para a história escutar.
Em nosso
primeiro dia de leitura éramos apenas quatro. Os três e eu, imersos numa
realidade paralela, bem diferente daquela que nos cercava.
Os dias foram
passando.
As leituras
continuaram.
Curiosas, as
outras crianças se aproximavam.
Pouco a pouco
fomos aumento de número.
Hoje, veja
só, temos até nome! Somos o Clube da Leitura, que se reúne durante os recreios
para o mundo das palavras explorar.
Já
presenciamos invasões alienígenas, sobrevivemos a um apocalipse zumbi, salvamos
o Planeta Terra de diversos vilões e, devo confessar, a cada nova aventura, não
deixamos de nos encantar.
Emocionada aqui, lendo seu relato.Não sabia como tinha surgido a ideia do Clube de Leitura. Amei!
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