Resenha: As Aventuras de Sargento Verde


Sinopse: A história da garota que se disfarça de Sargento Verde encontra a história do príncipe caçula que precisa provar seu valor ao pai e a todo o reino. Juntos, eles enfrentarão dragões e peixes gigantes, terão de lidar com a maldade e o egoísmo de fadas e de homens. Os desafios estarão por toda parte. E, para completar, a revelação de um segredo poderá mudar totalmente o destino de nossos heróis.


Há alguns meses, assim que fui informado que meu blog havia sido selecionado para estabelecer parceria com a Editora Biruta, corri no catálogo a fim de escolher quais livros gostaria de receber. Empreitada árdua esta, pois, o catálogo da editora é espetacular e um livro é mais impressionante que o outro. Mas, de cara, sabia que As Aventuras de Sargento Verde seria uma de minhas escolhas.


“A todos que acreditam no poder das histórias e da imaginação.”


O site da Editora Biruta por si só é um encanto e muito rico, pois, para cada título há uma página especial, contendo sinopse, capa em alta resolução, marcador de página em pdf e material de divulgação. Foi a partir dessa pesquisa que fiz no site que me apaixonei por Sargento Verde [antes mesmo de ter lido a história!].


A autora Helena Gomes escreveu esta obra de maneira fantástica, carregando o texto com muita ação e muitas, mas muitas [muitas mesmo!] reviravoltas! É impossível não se apaixonar e torcer pelo sucesso de Sargento em sua jornada inesperada.


A história do livro se inicia nos apresentando a um moleiro que se encontra em uma terrível situação financeira e, em meio a seu desespero, encontra uma fada que lhe promete muitas riquezas e todas as soluções de seus problemas, contanto que ele a entregasse a pequena criaturinha que estaria em sua casa. Imediatamente, num lampejo desesperador e irracional, o moleiro aceita a proposta e, ao chegar a casa, ele encontra sua esposa com uma criança que havia sido abandonada em sua porta!


Os dois, moleiro e esposa, passam a cuidar da menina como se fosse sua própria filha. O tempo passa e quando ela estava prestes a completar 12 anos, descobre que deveria ser entregue à fada e, portanto, resolve fugir de casa. E é a partir daí que nossa fantástica história se desenrola. Com o intuito de se camuflar e não ser reconhecida, a menina resolve dar fim à suas longas madeixas, deixando o cabelo bem curtinho, passando a viver como um menino.


O apelido de Sargento Verde ela ganha depois de salvar um menino que estava preso no fundo de um poço e estabelecer uma grande amizade com ele. O menino era um príncipe que estava cumprindo uma espécie de ritual de passagem feito por seu pai, o rei (ele deveria conseguir sair do fundo do poço sem a ajuda de ninguém, pois, só assim, seria considerado digno de sentar-se ao trono).


A leitura de As Aventuras de Sargento Verde foi surpreendente. Eu deixei para lê-lo com meu aluno Victor, dois capítulos por semana. Mas, confesso, houve dias em que lemos mais páginas que o que havíamos combinado, pois, a história te fisga de uma maneira que dá vontade de ler o livro direto, sem parar!


Durante a história nos deparamos com princesas transformadas em dragões, fontes milagrosas, rainhas colecionadoras de rouxinóis, fadas malvadas e irmãos que traem a própria família… todo um conjunto de fatos e acontecimentos fantásticos que costuram uma história mágica, capaz de fazê-lo prender a respiração em muitos momentos, torcendo pelo sucesso da protagonista.


Falando na protagonista, devo ressaltar que, para além das reviravoltas mirabolantes e acontecimentos fantásticos, Sargento Verde é o grande “trunfo” da história. Sargento é livre, bem resolvida e extremamente corajosa, capaz de encarar uma “nova vida” sem medo do que a aguarda pela frente e, pouco a pouco, se mostra poderosa, capaz de superar toda e qualquer vicissitude que se põe à sua frente.


As Aventuras de Sargento Verde é um achado! O trabalho gráfico do livro, todo trabalhado em tons de verde em uma edição primorosa, é de encher os olhos. Tornou-se um de nossos queridinhos aqui em casa, sem, dúvidas. Uma obra excelente, capaz de encantador leitores de todas as idades. Não se trata apenas de mais uma obra de literatura infantil, mas sim de uma EXCELENTE obra de literatura infantil, capaz de fazer-nos repensar a figura da protagonista feminina [que foge, em muito, aos padrões antigos de princesinhas em apuros].

*Livro recebido em parceria com a Editora Biruta 

PRÊMIOS | SELEÇÕES:

*Altamente Recomendável FNLIJ 2017 | Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil

*Catálogo Bolonha FNLIJ 2017 | Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil - Brasil

*Itaú Criança 2016 | Fundação Itaú Social

As Aventuras de Sargento Verde


Autor: Helena Gomes
Número de páginas: 110 páginas
Editora: Biruta 
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Resenha: Harvey – Como me tornei invisível

Sinopse: Nesta narrativa ilustrada, texto e imagens caminham juntos para contar a comovente história de Harvey, um menino que fica sabendo que seu pai morreu quando, ao se aproximar de casa, encontra todos os vizinhos amontoados, uma ambulância parada na porta e o desespero estampado no rosto da mãe. Após descobrir o que havia acontecido, é invadido por um sentimento desconhecido e, para compreendê-lo melhor e proteger-se da dor, encontra refúgio em seu rico mundo de fantasia.



          É engraçado como que nosso “estado de espírito” e humor se reflete em cada uma de nossas ações diárias.
         

Nas últimas semanas venho encontrando algumas dificuldades em minha vida profissional, logo, meu humor não tem sido o mesmo. Está tudo um tanto quanto desestabilizado.
         

Precisei fazer essa pequena “introdução” antes de começar a falar sobre o livro de hoje. Ele mexeu tanto comigo, mas TANTO, que só consigo associar essa avalanche emocional que senti após a leitura com meu estado de espírito atual.


O livro se chama Harvey – como me tornei invisível.


Depois que me (re)encontrei enquanto professor, tenho investido bastante na compra de livros infantis. Porém, há um certo tempo que não consigo mais “separar” o que é livro “para adultos” e o que é livro infantil. Harvey – como me tornei invisível é um livro excepcional. De uma sensibilidade simples, capaz de tocar no fundo de sua alma, sem dizer muito.


Li este livro com um aluno e o reli sozinho e, admito, a cada leitura ele se torna diferente. E é isso o que espero encontrar em uma literatura de qualidade, seja ela infantil, estrangeira ou distópica. A boa literatura é aquela que te faz (re)pensar. Que te intriga. Que mexe com seus conceitos.


Harvey é um menino que possui um irmão mais novo, uma mãe e um pai. Tudo vai bem em seu pequeno grande universo, até que seu pai sofre um enfarte. Este acontecimento desestabilizar as dinâmicas familiares de Harvey, que precisa lidar com uma avalanche de sentimentos desconhecidos e intensos.


As ilustrações do livro, a meu ver, são o grande destaque do livro. O traçado é “simples”, mas, capaz de expressar toda a intensidade dos sentimentos vivenciados pelos personagens.



Harvey – Como me tornei invisível é um livro intensamente delicado, que renderá boas discussões com os pequenos sobre a vida e a morte. E tudo mais que se encontra entre elas.


Harvey - Como me tornei invisível

Autor: Hervé Bouchard
Número de páginas: 168 páginas
Editora: Pulo do Gato 
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Percorrendo minha estrada de tijolos amarelos...

Inauguração Confabulando - Espaço de Leitura

(...)


Nunca fui muito de acreditar em realização de sonhos.


Entenda, não quero dizer que não sou de sonhar e idealizar. Pelo contrário: sempre fui muito sonhador. Mas, peco por ser o oposto de otimista.


Porém, num daqueles revezes da vida, me encontrei numa profissão que me permitiu ir ao encontro de sonhos e desejos que há muito estavam adormecidos dentro de mim.


Essa jornada inesperada iniciou-se há nove anos. Mas, somente em dois mil e quinze ela tomou um rumo mais próximo ao que eu esperava intimamente. Costumo dizer que estou percorrendo minha estrada de tijolos amarelos.


Eu trabalhava em uma turma de segundo ano do ensino fundamental. Quem é professor vai entender: essa era “A” turma. Aquela que encontramos apenas uma vez na vida. As crianças eram (e ainda são, é claro!) excepcionais! Neste ano consegui realizar um daqueles sonhos que considerava impossível: escrever e publicar um livro!


Em minha infância passei boa parte de meu tempo livre na Biblioteca Pública Municipal, e, desde sempre, quis ter minha própria biblioteca. Minhas condições financeiras não permitiam, mas, isso não me impediu de aumentar meu amor pela literatura e o fascínio que sinto pelo universo das palavras.


Passei o ano de dois mil e dezesseis divulgando meu livro, expandindo o alcance do meu trabalho e me tornando ainda mais aficionado pelo prazer proporcionado pelos livros e pelas inúmeras possibilidades de interação que eles nos proporcionam, tudo tendo como “fio condutor” algo que considero imprescindível e que norteia todo o meu trabalho: a afetividade.


Mas, eu queria mais!
Queria ampliar o alcance.
Aumentar o afeto.
Ser louco junto às outras pessoas.


“As pessoas que são loucas o suficiente para achar que podem mudar o mundo são as que, de fato, mudam.”
[Steve Jobs]
         

Partindo desses desejos e devaneios, resolvi abrir um Espaço de Leitura. Um local onde todos, crianças e adultos, se sentissem à vontade para explorar a leitura, conviver com as palavras, mergulhar no oceano mágico e profundo da literatura.


No dia vinte e nove de abril do ano de dois mil e dezessete, consegui realizar um de meus grandiosos sonhos: inaugurar meu Espaço de Leitura!


Para mim é completamente impossível explicar o que senti e o quão realizado fiquei. Abri as portas de minha casa, mas, confesso, estava receoso de não ter público.


Não poderia estar mais enganado!


Fui surpreendido por um número maravilhoso de pessoas que, assim como eu, adoram as palavras e a mágica envolvida em torno da contação de histórias.


Nessa nova jornada que iniciei estou sendo surpreendido a cada dia. Um sem número de parceiros surgiu a fim de contribuir direta ou indiretamente com o Espaço de Leitura.


Hoje, aquele sonho idealizado há tantos anos atrás, quando eu media apenas um metro, se tornou algo grandioso.


Começou na infância.
Cresceu na sala de aula.
Transformou-se no livro Confabulando.
E hoje este livro, tão simples, tão humilde, mas, com uma bagagem afetiva tão imensa, floresceu e se tornou Confabulando – Espaço de Leitura.


Venha.
Sinta-se à vontade.


Ele é meu.
Ele é seu.

Ele é inteiramente nosso.

*Conheça nosso Espaço de Leitura: www.facebook.com/confabulandoleitura 
Expandindo as Confabulações até a Secretaria Municipal de Cultura
*Texto escrito a pedido do Coletivo Abá-tyba.

Resenha: Um milhão de borboletas

Sinopse: No meio da noite, Alfredo, um elefante inquieto, percebe um milhão de borboletas voando ao redor de sua cabeça. Imediatamente, se vê obrigado a partir, sem saber pra onde em busca de não sabe o quê. “Trate de aproveitar. E de guardar tudo na memória. E de segui-las.”, aconselha o Velho Alce. Até que uma elefanta aparece na história... É quando Alfredo entende que as borboletas entoam um chamado, mas só ouve aquele que está preparado. Indicado para todos que já sentiram – ou esperam sentir – borboletas esvoaçando na barriga.

💝

[...]


Sabe, eu amo livros infantis que tratam de assuntos “adultos”. Não que eu considere que deva existir uma separação entre “assuntos de adultos” e “assunto de crianças”, mas, na sociedade em que vivemos, é muito comum encontrarmos essa diferença bem estabelecida.


São muitos os tópicos considerados impróprios para os enfants. Mas, a meu ver, as crianças não devem ser privadas de nada, pois, a partir do momento em que você a priva de um assunto ou informação, você a está subestimando e, como eu sempre digo: POR FAVOR, NÃO SUBESTIMEM AS CRIANÇAS!


Dito isso, posso começar a falar sobre essa fofura chamada Um milhão de borboletas. Mais um primor da saudosa Editora Cosac Naify.


“Este não é um livro sobre 1 milhão de borboletas, mas sobre um elefante, o Alfredo, animal inquieto que parte sem saber pra onde em busca de não sabe o quê.”


No livro conhecemos um elefante chamado Alfredo que, de uma hora para outra, começa a se deparar com borboletas. E, a partir desse momento, seus pais saparam a sua trouxa de roupas, comida, água e o enviam à uma jornada inesperada em busca de reflexão e autoconhecimento.


O livro aborda a descoberta do amor, a evolução pessoal e o crescimento. Tudo trabalhado de maneira poética e tão suave que, ao término da leitura, garanto, você estará sentindo dentro de si um milhão de borboletas!


Simplesmente encantador e tocante, de uma sensibilidade ímpar, capaz de mexer com os sentimentos e fazê-lo refletir sobre seu próprio crescimento e [re]descobertas amorosas. 


Um milhão de borboletas

Autor: Edward Van de Vendel
Capa dura 
Número de páginas: 32 páginas
Editora: Cosac Naify 
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Resenha: Os três lobinhos e o porco mau


Sinopse: Este livro inverte os conhecidos papéis do lobo mau e dos porquinhos - quem era caçador vira caça e vice-versa, mantendo o maniqueísmo de algumas histórias infantis, que simplesmente separam os personagens entre bons e maus, bobos e espertos. Levando em consideração o pequeno leitor moderno, que de bobo não tem nada, 'Os Três Lobinhos e o Porco Mau' é uma sátira que surpreende utilizando elementos atuais, para reinventar uma história que continua emocionante.

🐷

          Todo mundo sabe: adoro histórias que “baguncem” o que já conhecemos. Adaptações, versões diferentes, invertidas… enfim, tudo o que vire de pernas para o ar aquilo que já está “batido e datado”. Este livro é mais um desses casos.


          “Os três lobinhos e o porco mau” inverte os famigerados papéis de vítimas e vilão nessa história, que todo mundo já conhece de ponta a ponta, trazendo, assim, um novo olhar e frescor para algo já tão explorado.


          Nesta versão a mãe dos lobinhos os chama e diz que é hora de partirem rumo ao desconhecido, vivendo suas vidas de maneira independente. Aqui, diferente das versões comuns, os três lobinhos sempre permanecem unidos, construindo apenas uma casa para os três morarem. E, a cada nova construção, o porco mau surge para assombrá-los e aterrorizá-los das maneiras mais impossíveis.


          Escrito de maneira leve, porém, muito agradável de ler [especialmente em voz alta], Os três porquinhos e o porco mau é capaz de entreter e divertir todo tipo de leitor, independente de sua faixa etária. Conta ainda com um “versinho” que o porco mau repete a cada visita infame À casa dos lobinhos, o que faz com que, inconscientemente, as crianças repitam durante a leitura.


          As ilustrações são o ponto alto do livro. Delicadas e muitos vivas, fazem parceria à escrita suave e melódica.



          O final do livro, confesso, deixou um pouco a desejar. Eu, particularmente, encerraria a história uma página antes do desfecho final, porém, apesar deste detalhe, o final em si não atrapalha em nada a leitura. Pelo contrário, pode gerar boas discussões e debates sobre nossos comportamentos e atitudes para com os outros.


Os três lobinhos e o porco mau


Autor: Eugente Trivizas
Número de páginas: 32 páginas
Editora: Brinque-Book
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Resenha: Íris - uma despedida



Sinopse: Da noite para o dia, a família de Íris descobre que ela está gravemente doente e precisa ser hospitalizada. Por meio do ponto de vista terno e ingênuo de sua irmã mais nova, que narra os sentimentos que a afligem, o leitor compartilha dos acontecimentos que transformam a rotina familiar, juntamente com o medo, a esperança e a tristeza que os acompanham. Com lirismo e delicadeza, a narrativa apresenta uma temática delicada, especialmente para o universo infantil: a doença progressiva de uma pessoa querida. As metafóricas ilustrações também contam a trajetória da doença da pequena Íris, numa sequência gradativa de imagens em que a menina é envolvida por flores de pétalas azuis, oferecendo uma leitura paralela e intensa ao texto, já repleto de sentimento.

As ilustrações de Beatriz Martín Vidal retratam de maneira poética o desenvolvimento da doença de Íris


“Acho que você não deve ler esse livro pra mais criança nenhuma tio Helder.”


Senti a necessidade de iniciar esta resenha com essa frase, pois, assim como o livro, Íris – uma despedida, ela me marcou bastante.


Íris – uma despedida é um livro extremamente tocante. De uma sensibilidade tremenda, a obra de Gudrun Mebs mesclada com as BELÍSSIMAS ilustrações de Beatriz Martín Vidal te fará refletir sobre a vida, a morte e as relações de afeto que estabelecemos uns com os outros.


O livro nos conta a história de uma menina chamada Íris que tem um tumor na cabeça. Porém, a história nos é contada a partir dos olhos de sua irmãzinha.


Tudo se inicia num belo dia quando as meninas acordam e percebem que Íris acordou com os dois olhos vesgos. As meninas se divertem imensamente com essa situação, porém, seus pais ficam extremamente preocupados.


Apesar de todo o drama carregado por conta do câncer que é descoberto em Íris, o livro consegue abordar todo o tema de maneira “fluída”, a partir dos olhos da irmã pequena, o que nos faz até rir em certos momentos. O livro é muito emocionante e consegue tocar de uma maneira profunda e extremamente sensível no nosso interior.


Quando terminamos de ler, eu estava com os olhos marejados e meu aluno se segurando. Foi aí que ele soltou a frase que iniciei esta resenha “Acho que você não deve ler esse livro pra mais criança nenhuma tio Helder.” E, depois de dizer isso, ele caiu em prantos. Foi um dos momentos mais lindos que vivemos juntos. Íris – uma despedida nos proporcionou muitas divagações, questionamentos e discussões. Passamos um bom tempo de nossa aula refletindo sobre a vida e a morte e como podemos aperfeiçoar nossos relacionamentos afetivos.


A maneira com que o livro foi [belamente] escrito por Gudrun Mebs, “facilita” a compreensão da leitura feita por uma criança [seja esta leitura sozinha ou compartilhada]. Mas, apesar de ser um “livro infantil”, reitero: ele deve ser lido por leitores de todas as idades, pois, tocará a TODOS, não tenho dúvidas disso.


Fazia algum tempo que algo não nos acertava de maneira tão intensa. Íris – uma despedida nos acertou feito um caminhão, deixando-nos entorpecidos com sua história divinamente escrita e ilustrada.



Por favor: LEIAM.


Íris - uma despedida

Autor: Gudrun Mebs
Número de páginas: 80 páginas
Editora: Pulo do Gato
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Resenha: Felpo Filva ♥


Sinopse: Esta é a história do Felpo, um coelho poeta um pouco neurótico. Um dia, ele recebeu a carta de uma fã que discordava dos seus poemas, a Charlô. Ele ficou muito indignado e isso deu início a uma troca de correspondências entre eles. O livro conta essa história de maneira divertida, usando os mais variados tipos de texto, como poema, fábula, carta, manual, receita e até autobiografia, permitindo, assim que o leitor entre em contato com as diversas funções da escrita.



          Gente, o que dizer de um livro escrito e ilustrado pela rainha Eva Furnari? Será difícil seguir nas próximas linhas sem me derreter de elogios e amores. Sou fascinado por Eva! Acho o trabalho dela fantástico e, creio que posso afirmar, juntamente a Maurice Sendak, ela é uma de minhas grandes influências literárias, no que cerne à criação de histórias infantis.


          Em Felpo Filva somos apresentados a um personagem maravilhoso, introspectivo, introvertido e sisudo. Furnari consegue abordar de maneira espetacular a questão do “ser diferente”.


Felpo é um coelho escritor que, apesar de já ter alcançado a fama, vive sozinho, saindo de casa pouquíssimas vezes e passa seus dias “remoendo” as mágoas vividas na infância.


Felpo sofre de orelhite, possui uma orelha menor que a outra e, por conta disso, era ridicularizado e perseguido pelos colegas de escola, levando apelidos depreciativos e ouvindo injúrias por conta de sua particularidade. Ele chegou até a usar um engenhoca chamada Sticorelia Rabite Perfection para tentar pôr sua orelhinha no lugar, mas, isso não funcionou muito bem…


Por ser um escritor famoso e ter suas obras publicadas, Felpo recebia muitas cartas de fãs, porém, não lia nenhuma. Até que um dia ele se depara com um envelope diferente, meio estranho roxo e aí, a história de sua vida começa a mudar e é este o ponto principal da trama de Felpo Filva.


Impecavelmente escrito por Eva Furnari, a trama vai se desenrolando a partir da intensa troca de correspondências entre Felpo e Charlô que, mesmo sendo fã de carteirinha do coelho escritor, considera suas obras um pouco pessimistas e decide enviar suas sugestões de melhorias.


Inicialmente Felpo fica indignado com a audácia daquela fã que ousa querer mudar seu trabalho, mas, no decorrer das correspondências, aquilo que começou como amargura (e poderia tornar-se uma relação apenas baseada em críticas) vai se desenvolvendo em interesse, recheado de afeto e admiração. Aos poucos Charlô, a fã, vai fazendo com que seu escritor predileto, Felpo, vá tomando consciência de sua personalidade pessimista e, aos poucos, repense sua vida, causando, assim, uma grande transformação.


A obra Felpo Filva é IMPECÁVEL! Não tenho um adjetivo melhor. Eva escreve de maneira encantadora, e, além disso, a história do coelho escritor vai se desdobrando em meio a uma diversidade de gêneros textuais. Poema, conto de fada, fábula, receita, biografia, manual, cartão postal, lista, bula, canção… Tudo vai se encaixando perfeitamente, como num quebra-cabeça afetivo, onde Felpo e Charlô são as peças principais.



Pouco a pouco, sem perceber, a vida de Felpo e Charlô passa a caminhar no mesmo caminho e, assim, enfrentando as diferenças, superando os próprios medos e receios, Felpo se transforma, nos proporcionando, então, uma belíssima história de superação.


Felpo Filva

Autora: Eva Furnari 
Número de páginas: 56 páginas
Editora: Moderna
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