Resenha: Uma noite muito, muito estrelada

 

Sinopse: Diante do ambiente árido e opressor da casa e da escola, uma menina vai se fechando, cada vez mais, para o mundo ao seu redor. Filha única de pais ocupados e distantes, a garota sofre de problemas cada vez mais frequentes, principalmente nas grandes cidades: solidão, tédio, incomunicabilidade, pressão na escola, dificuldade de expressar sentimentos e de estabelecer amizades. Seu dia a dia caminha arrastado entre o sonho e a realidade até que ela conhece um garoto tão solitário quanto ela, com quem passa a compartilhar medos, desejos e alegrias. Em companhia dele aventura-se nas montanhas, à procura da noite estrelada que costumava admirar com o avô que morreu. Do mesmo modo repentino como o amigo veio, ele se foi, mas não sem deixar para ela um presente e a possibilidade de imprimir em seu cotidiano o brilho daquele céu de verão.


“Para as crianças que não conseguem se comunicar com o mundo.”

Impossível não se emocionar, perder-se por completo e, ao final, querer morar nas páginas de “Uma noite muito muito estrelada”!
Eu, de imediato, me relacionei com a protagonista. Vi muito de mim, do Helder criança, nela. Introspectivo, incapaz de externar suas angústias e tudo aquilo que lhe inquieta por dentro…
“Apesar de ter alguns amigos, ainda sinto uma solidão que não sei bem como explicar.”
O livro é ARTE pura. Em todos os sentidos! As ilustrações são um deslumbre, indescritíveis [sério, corram!].
Diante do ambiente árido e opressor da casa e da escola, uma menina vai se fechando, cada vez mais, para o mundo ao seu redor. Filha única de pais ocupados e distantes, a garota sofre de problemas cada vez mais frequentes, principalmente nas grandes cidades: solidão, tédio, incomunicabilidade, pressão na escola, dificuldade de expressar sentimentos e de estabelecer amizades.
Recebi essa obra-prima como doação aqui para o Espaço de uma pessoa muito querida e iluminada. Ainda hoje, depois de meses que o recebi, não consigo descrevê-lo ou dimensionar tudo o que senti com sua leitura.
O dia a dia da menina caminha arrastado entre o sonho e a realidade até que ela conhece um garoto tão solitário quanto ela, com quem passa a compartilhar medos, desejos e alegrias.
O livro, desde a primeira leitura, me remeteu MUITO ao Studio Ghibli, especialmente à “Memórias de Ontem”. Não sei se porque, quando o recebi, tinha acabado de ver o filme, mas, a obra, em todo momento, nos faz mergulhar nesse universo poético, sensível, belo e melancólico de uma infância que “foge” daquele padrão estereotipado, do “lugar comum”.
Alguns dizem que tenho a tendência de gostar de “livros tristes”, de me envolver muito com a melancolia… confesso: amo quando vejo um livro assim, me sinto representado. Percebo, hoje, aos trinta e três anos que, de fato, está tudo bem abraçar sua melancolia, não ser como os outros e viver no ritmo de uma melodia diferente. É isso que nos torna únicos e o mundo tão diverso.
Sem intenção de moralizar ou ensinar algo, Jimmy Liao nos apresenta um retrato comovente da infância.


UMA NOITE MUITO, MUITO ESTRELADA

Autor: Jimmy Liao.
Número de páginas: 144 páginas.
Editora: SM.
Compre na Amazon clicando aqui

O B R I G A D O

 

“Em 2020, em meio à pandemia que escancara a fragilidade humana, revelando a importância das artes e dos afetos a salvaguardar nossa sobrevivência emocional, a editora Pulo do Gato tem a honra de celebrar, com a publicação deste livro, os 25 anos de carreira do escritor e ilustrador André Neves.

Viva a poesia e viva o poeta!”

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Devo iniciar confessando que possuo grande dificuldade para escrever sobre aquilo que amo. Quando digo amo, quero falar daquele AMOR VERDADEIRO, que nos invade, nos completa, nos transborda e nos faz transcender…

Esta é a minha relação com a obra de André Neves. Uma relação de AMOR. Genuíno. Intenso. Complexo.

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Com “Obrigado” André alcança algo inimaginável! Consegue transpor e transcender sua própria obra, saudando e brindando aqueles que lhe são caros, que fizeram e ainda fazem parte de sua vida e, neste percurso, nos permite adentrar em seu universo poético particular fazendo, assim, com que alcancemos um estágio de poetização da vida ESPETACULAR.

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Ainda me vejo aqui, mergulhado nessas “palavras com imagens sonhadas”, deslumbrado, como quando peguei o livro pela primeira vez.

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Uma das coisas que mais amei foi a "autoreferência" ao Obrigado, que vem presente em todas as ilustrações, ora mais explicitamente, ora de maneira mais discreta. Parece-me que eles (poetas) estão dialogando com o autor, o "Pequeno André", que os conta o que eles diriam, como se tivesse partilhando um segredo há muito tempo compartilhado e esquecido... Bem como vão conversando também com os colegas ao lerem, nas páginas do Obrigado que trazem nas mãos, o que diriam se fossem "pequenos".

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OBRIGADO, a meu ver, se tornou uma experiência de IMERSÃO. Mergulhamos, desde os primeiros rascunhos postados por André, passando pelas (sensacionais!) lives imaginárias e chegando ao livro, enquanto objeto, num MAR que ora nos nocauteia completamente, fazendo com que precisemos subir à superfície e recobrar o fôlego, ora nos abraça e, sutilmente, nos arrebata.


"Às vezes penso imagens com palavras.

É meu jeito de oferecer uma prece à minha infância.

Como acontece?

Não sei.

Acho mesmo que acontece sem acontecer.

É sonho grudado no olho agitando a fantasia."


André, correndo o risco de ser repetitivo (como sempre o sou), preciso dizer, mais uma vez: suas palavras me tocam, invadem, preenchem e fazem tudo que sinto, tudo que existe dentro de mim, assumir novas formas. Uma mutação de vida que nunca havia imaginado.

Suas ilustrações me encantam de tal maneira que, por mais piegas que possa parecer, não consigo expressar em palavras!

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Mais uma vez lhe agradeço. Por ser quem és. Por fazer o que fazes. Por se permitir e, em contrapartida, NOS PERMITIR.

Sentir. Ser. Estar.

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OBRIGADO!


OBRIGADO



Autor: André Neves ❤️

Número de Páginas: 64 páginas.

Editora: Pulo do Gato ❤️

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Resenha: Lívio Lavanda

 


Durante este isolamento social tenho reaprendido a "olhar para dentro" de mim. Tenho redescoberto memórias. Revivido recordações. Apreciado os pequenos prazeres.
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Lívio Lavanda tem um varal de recordações. Nele, pendura tudo o que vale a pena ser lembrado, como o dia em que conheceu o mar ou quando tricotou um cachecol de amor para Anelise...
Com uma curiosidade e uma imaginação sem limites, ele faz de seu cotidiano pura poesia.
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No planejamento desta semana, propus às crianças que fizessem, junto a seus familiares, seus próprios varais de recordações. Também estou fazendo o meu e em breve socializaremos uns com os outros.
Talvez, neste momento, devamos "mudar a direção" de nosso foco, considerando o emocional de nossas crianças. Suas vivências em meio a uma Pandemia.
Talvez seja hora de não se pensar tanto em habilidades ou descritores, mas sim em saúde mental e emocional...
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Que todos nós consigamos ser mais como Lívio Lavanda, dispostos a apreciar a poesia que a vida é.
Que plantemos nossas ideias em vasos, para que cresçam e virem belos poemas.
Que percebamos que a felicidade começa DENTRO de nós...
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Fiquem bem. Por favor!

LÍVIO LAVANDA

Autor: Michael Roher.
Número de páginas: 48 páginas.
Editora: SM Edições.

Resenha: Nuno e as coisas incríveis


Sinopse: Nuno enxergava o mundo por intermédio das imagens. Sua imaginação clareava os tons mais escuros das folhas de papel. Num desses rabiscos, ele encontrou Nina, que rabiscava com palavras. Mas Nina não conseguiu enxergar a vida a partir dos olhos de Nuno, nem perceber que ele contava o que as palavras não conseguiam expressar.

 

É muito “engraçado” como a vida é repleta de ciclos, não é?

Talvez engraçado não seja a palavra correta, mas, sei que vocês irão me entender...

 

Conheço o trabalho do André Neves há uns bons anos. Mas, nos últimos três anos, em especial, considero que houve um “estreitamento” em nossa relação.

Talvez por conta do amadurecimento profissional/pessoal que tive. Ou por ter aprimorado meu olhar poético… não sei explicar! O fato é que, atualmente, sinto uma conexão quase que simbiótica com seus livros.

 

A sensibilidade de seus textos unida a suas impactantes ilustrações, me deixam, a cada leitura, embasbacado, numa profusão de sentimentos.

 

Em “Nuno e as coisas incríveis” conhecemos um garoto que se expressa por meio das imagens, se equilibrando na imaginação e encontrando a inspiração escondida em todos os lugares.

 

Certo dia, na melodia do destino Nuno conhece Nina. E se encanta! Nina adorava as palavras e a transformava em arte.

 

Nuno resolve fazer um desenho para Nina. Deposita suas emoções e sentimentos nesse processo. Nina faz “pouco caso” do presente que recebe… E aí, meus amigos, se você ainda não tiver sido arrebatado pelos sentimentos durante a leitura, acontece a magia: ao invés de se permitir abalar, oprimir ou destruir, Nuno [numa sequência ESPETACULAR de ilustrações do André!] resolve fazer um mural de coisas incríveis. Quando vemos Nuno pensando em rasgar seus desenhos, a ilustração mostra o personagem entre uma casa partida ao meio. Daí, depois de fazer o mural das coisas incríveis, vemos uma sequência de “costuras” que entremeiam as páginas e mantém a casa inteira. SENSACIONAL, apenas! [não consigo explicar muito bem em palavras, rs].

 

Este livro é carregado de memórias afetivas. O ano de dois mil e dezenove foi extremamente difícil, por inúmeros motivos, na escola em que trabalhava. Porém, equivalente às situações complicadas houveram outras permeadas de afeto e partilha. Mantive um Clube de Leitura na escola e, na última semana de aula, realizamos a leitura de Nuno.

 

Havia um garoto que esteve presente em TODOS os momentos de leitura. Meu xodó! Pequenino como era, se aninhava em meu colo para ouvir as histórias [o que deixava as outras crianças morrendo de ciúmes! Mas isso é história pra outro dia]. Ao término da leitura de Nuno, debatemos e conversamos como sempre e, por se tratar da última semana, deixei todo mundo mais à vontade: alguns foram brincar, outros correr e alguns, como o pequenino, ficaram comigo para desenhar. Propus que pensássemos e desenhássemos nossas próprias coisas incríveis. Ele, no auge de seu pequenino tamanho, conseguiu me desmontar por inteiro: em seu desenho fez uma representação minha, dentro da escola, com um exemplar de Nuno nas mãos e o coração na garganta, porque eu amava ler e falar.

 

“Adormecer no futuro é sonhar em reticências…”

 

“Nuno e as coisas incríveis” é mais um primor de André Neves. Uma obra sensível, carregada de expressão e impacto. Um olhar para além da superfície. Íntimo. Um [re]encontro com tudo aquilo de incrível que há em nós.

 

“E só alguns percebiam

Como ele libertava

O que as palavras

Não conseguiam expressar.”


 *Ontem, 15/06, aconteceu lá no meu Instagram a leitura e um bate-papo sobre este livro. Está salvo no IGVT. Dê uma conferida! @helderguastti


NUNO E AS COISAS INCRÍVEIS

 

Autor: André Neves.

Número de páginas: 42 páginas.

Editora: Jujuba.

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Resenha: Aprendiz da imperfeição

                                                                      

Sinopse: Um jovem convive com um grande pintor na condição de aprendiz de sua arte, mas, diante da humildade e generosidade do mestre, acaba por aprender mais sobre a vida, o tempo, a cumplicidade e o sentido da existência. A perfeição, segundo o mestre, é insuportável.

 

“Enquanto eu continuar na ignorância, não sou ninguém.”

 

Há livros e LIVROS, não é mesmo?!

Peço perdão e que não me levem à mal pela frase anterior, mas, o fato é que hoje, infelizmente, vemos uma imensidão de ‘clubinhos’ de livros e leituras pífios, sem curadoria alguma, com livros de textura, que desconsideram a inteligência dos leitores e tudo mais…

 

E por que resolvi iniciar dizendo isso? Porque é gratificante e RECONFORTANTE quando encontramos livros que nos enriquecem. Que nos inquietam. Que nos fazem refletir e nos TRANSFORMAM ao final da leitura.

 

Este é o caso de “Aprendiz da imperfeição”, editado pela sensacional Pulo do Gato. Quem me conhece um pouquinho muito provavelmente já me ouviu falando sobre a Pulo [olha a intimidade]. O catálogo da editora é deslumbrante, em todos os sentidos! Qualidade estética e literária, livros que não subestimam os leitores e de uma riqueza indescritível.

 

Em “Aprendiz da imperfeição” conhecemos um menino que viaja de muito longe com o desejo de ser aprendiz de um grande artista, porém, quando ele bate à porta do pintor, esse não a abre, recusando-se a aceitar o menino como aprendiz. Mas, depois de muitas tentativas [e recusas por parte do mestre] o menino consegue adentrar no ateliê e ser aceito pelo ancião.

 

Durante a leitura do livro somos levados, como o menino, a acompanhar todo o processo de trabalho do pintor, até o momento em que há uma pausa, uma ausência de uma semana e, quando ocorre o retorno, nos deparamos com o pintor exausto diante de seu maior trabalho: uma tela perfeita.

 

De muito longe vem visitantes querendo obter a obra. Pelos motivos mais diversos. Ganância, vaidade, orgulho ostentação… mas, a cada pedido de compra, o mestre responde:


“Vou pensar a respeito”.

 

O final do livro é de uma sensibilidade ímpar! Somos levados a refletir sobre mil questões, daquelas bem íntimas, que permeiam nosso [sub]consciente e, ao concluir a leitura, quando vem o silêncio, percebemos que, de fato, A VIDA É UM CICLO.

 

As ilustrações são verdadeiras obras de arte e complementam o texto, levando-nos a fazer outras leituras da obra.

 

“As ilustrações remetem o leitor à estética visual e à cultura japonesa. A delicadeza dos gestos e das vestimentas, a beleza dos cenários internos e a marca da passagem das estações complementam a narrativa com poesia, ampliando os sentidos do texto. O desfecho retoma o início da narrativa e ressignifica os papéis de mestre e aprendiz.”


 APRENDIZ DA IMPERFEIÇÃO


Autor: Pieter van Oudheusden.

Ilustradora: Stefanie De Grafe.

Número de páginas: 32 páginas.
Editora: Pulo do Gato 

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Resenha: Cara Carlota Cornelius


Sinopse: Sobre o capacho da entrada de sua casa, 'Carlota Cora Cornelius' encontra um envelope endereçado a ela. De quem será a carta misteriosa? Em sua imaginação e com os olhos do desejo, Carlota lê cartas aparentemente improváveis, que a convidam a se libertar das suas quatro paredes e do jugo da mãe. Este é um livro sobre a força dos sonhos e do desejo de liberdade.

 

Se pudesse eu também enviaria uma carta à Carlota. Dizendo que vai ficar tudo bem [...]

 

O PODER da literatura é fantástico, não é mesmo? Como um mesmo livro pode causar reações diferentes em cada pessoa, dependendo de sua trajetória leitora e sensibilidade para com as obras literárias (bem como o percurso leitor que teve/tem ao longo da vida).

 

Mas, por que estou dizendo tudo isso antes, de fato, começar a resenha? Quando resolvi comprar “Cara Carlota Cornelius” estava à procura de “livros com cartas” e, em minhas pesquisas, encontrei a indicação da obra no caderno de indicações literárias da maleta do “Trilhas” (se não conhece: corra porque há um novo curso aberto, o material é muito bom!), uma resenha especializada da A Taba e, também, um comentário na página do livro na Amazon. Um bem diferente do outro (os dois primeiros bem positivos, minha cara e o comentário ultra negativo). Pronto, estava composta a fórmula certa para me deixar completamente inquieto (antes mesmo de ler o livro!) e comprá-lo sem pensar duas vezes.

 

Apaixonei-me de imediato por Carlota. No livro, a conhecemos logo na primeira página, quando encontra uma carta sobre o capacho. Ela não acredita. Arregala os olhos. Fica surpresa. Mas é isso mesmo, a carta está endereçada a ela.

 

Antes mesmo de conseguir abrir o envelope, sua mãe berra zangada, no topo da escada, ordenando que ela saia para fazer as compras e cumprir suas obrigações. Carlota, com o coração aos pulos, pega o envelope e… inicia a magia inteira do livro!

 

A menina começa a divagar com seus botões várias possibilidades para o que poderia estar escrito naquela carta. A cada virar de páginas somos transportados a um mundo fantástico (incrivelmente ilustrado em páginas duplas), guiados pela imaginação de Carlota.

E se quem enviou a carta foi o diretor do circo?

E se quem enviou a carta foi o Xeque Abu Dabhi?

E se quem enviou a carta  foi sua amiga Sylvia?

E se…

 

Quantas possibilidades encontramos quando queremos sair situações desagradáveis, não é mesmo? Quantas vezes em minha vida me vi como Carlota, escapando para dentro de mim e divagando comigo mesmo…

 

O final, confesso, me deixa fascinado toda vez que leio. Assim como Carlota, toda vez me pego sem lenço nem documento – mas com os olhos brilhantes!

 

Se quiser conferir e desvendar o que acontece com Carlota, lá no feed e no IGTV do Instagram, bem como em meu perfil do Facebook, tem a leitura deste livro sensacional!


CARA CARLOTA CORNELIUS


Autor: Mathilde Stein.

Ilustradora: Chuck Groenink.

Número de páginas: 32 páginas.

Editora: WMF Martins Fontes.

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Resenha: O caso do pote quebrado



Sinopse: Dona Coruja é investigadora de renome e está encarregada de resolver o mistério: afinal, quem transformou em cacos o pote do Marreco? Dona Coruja ganhou destaque como investigadora depois de resolver o Caso das Bananas (publicado pela Brinque-Book em 2003). Agora, ela está de volta para ajudar o desolado Marreco a desvendar o Caso do Pote Quebrado.

 

Adoro livros que prendem o leitor e o permitem participar da narrativa.

Em “O caso do pote quebrado”, escrito por Milton Célio de Oliveira Filho e ricamente lustrado por Mariana Massarani nos deparamos com o pobre Marreco que estava desolado, pois, enquanto tomava banho na lagoa, um intruso entrara em sua casa e atirara seu pote ao chão, transformando-o em cacos. A partir daí ele, determinado em saber quem foi o malvado que havia cometido tamanha atrocidade, convoca Dona Coruja, investigador de renome, para assumir o caso.

 

A cada virar de página vemos a coruja usando todo o seu talento de Sherlock Holmes para desvendar o mistério. Vai investigando os animais um a um e é aí que está a “mágica” do livro!

 

Nós, os leitores, acompanhamos a investigação através do diálogo/entrevista da coruja com os animais. Cada um dá sua justificativa (ou álibi, como achar melhor) de o porquê não é culpado e, além disso, cada um aponta um suspeito.

 

Dá para explorar cada página do livro e estimular a participação das crianças para desvendarem os suspeitos, tentando adivinhar qual animal aparecerá ao virar a página (além de tentar adivinhar por meio da fala e descrição dos animais, Mariana também dá uma pequena pista de cada um dos novos suspeitos, permitindo-nos vislumbrar um pedacinho do corpo do próximo animal na ilustração da página direita que antecedem seu aparecimento).

 

O livro é uma delícia de se ler em voz alta, de apresentar numa roda de leitura, deixando as crianças (pequenas e grandes, não há idade!) explorarem as ilustrações (eu, particularmente, AMO o traço da Mariana Massarani, neste livro ela estava particularmente inspirada, as ilustrações são belíssimas, todas em páginas duplas) e acompanharem o desfecho dessa história fantástica.

O desfecho, por sinal, é o ÁPICE de tudo que acontece no livro! É tão fantástico e imprevisível que, afirmo, vale a pena conferir (não entregarei aqui para não estragar a surpresa)!

 

Se quiser conferir e desvendar o que acontece, lá no feed e no IGTV do Instagram, bem como em meu perfil do Facebook, tem a leitura deste livro delicioso!


O CASO DO POTE QUEBRADO


Autor: Milton Célio de Oliveira Filho.

Ilustradora: Mariana Massarani.

Número de páginas: 32 páginas.

Editora: Brinque-Book.

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