Clichê

[...] Nunca consegui compreender direito o porquê de ficar com o humor tão desestabilizado durante o período de festas e comemorações de fim de ano.


Recordo-me quando era pequeno e eu até participava de todos os eventos familiares, bem como das celebrações coletivas, porém, quase que constantemente eu terminava a noite ou em lágrimas ou isolado na escada do terraço da casa de meus tios (onde geralmente eram realizadas as comemorações).


A grande maioria das pessoas acreditava que era falta que sentia de meu pai. Mas não é verdade. Não posso dizer que houve um momento em minha vida em que realmente senti falta de meu pai. Na verdade, só considero utilizar a palavra pai para denominar aquela pessoa porque é o nome que está em minha certidão de nascimento, mas pai mesmo, figura paterna, ele nunca foi.


Voltando a minha inconstância e variações de humor...


Durante o período de festas e comemorações me pego refletindo sobre as decisões que tomei durante o ano. Sobre as pessoas que conheci e as que me afastei (por decisão própria ou circunstâncias adversas da vida). Rememoro as situações apaixonantes e cheias de amor que passei e passo com meus pequenos. Mas, acima de tudo, me autoavalio.


Sempre tive a consciência de que meu maior “inimigo” sou eu mesmo. O problema está dentro de mim. Talvez seja isto o que mais me incomoda durante este período de final de ano e comemorações: meu “inimigo” interior fica mais à flor da pele, mais presente. Ele me faz questionar e questionar e questionar tudo o que trago como verdade e concepções de vida.


Mas por quê?


Where the wild things are
Honestamente, não sei responder esta pergunta.


Mais uma vez, em meio a mais uma reavaliação, mais uma análise de um ano que está se encerrando e prospectos de um ano novo que irá iniciar, me vejo replanejando, deixando algumas coisas de lado (necessárias, como sempre), propondo a mim mesmo que seja uma pessoa melhor, mais aberta a comunicação no ano de dois mil e quinze, o apaziguamento do meu “inimigo” interior e, acima de tudo, triplicar o amor que sinto pelos meus pequenos.


Que no ano de dois mil e dezesseis eu consiga alcançar mais e mais crianças com meu trabalho, com minhas práticas pedagógicas e minha ânsia por ensinar (e aprender também!) com eles.


Feliz ano novo. Feliz vida nova.

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